Recessão esmagadora. Itália descarta novo confinamento apesar do aumento de casos de Covid-19

A Itália descartou a imposição de um novo confinamento nacional, apesar do aumento de casos do novo coronavírus, numa altura em que o país luta para sair da pior recessão de que há memória, avança a ‘Bloomberg’.

O aumento do contágio foi limitado, com impacto muito baixo nos serviços de saúde, disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, numa entrevista à agência de notícias.

«Excluo a hipótese de um bloqueio para o nosso país neste momento», disse Speranza. «Temos poucos casos e a situação está controlada, com uma pressão muito baixa, mínima nos hospitais», acrescentou sublinhando que, durante o pico da crise do vírus, o país tinha 4.068 pacientes nas unidades de cuidados intensivos, em comparação com apenas 66 verificados na terça-feira.

«Um bloqueio generalizado não é uma perspectiva viável porque reforçámos o serviço de saúde, estamos mais rápidos a fazer testes» disse Speranza à ‘Bloomberg. «Também estamos a realizar testes em aeroportos para pessoas que vêm de países de risco».

O bloqueio nacional de três meses em Itália, o epicentro europeu original do vírus, teve um grande impacto na economia. O governo prevê que o PIB contraia 8% em 2020, enquanto os especialistas apontam para uma quebra de 10%.

O número de novos casos aumentou quase que diariamente nas últimas semanas, com cerca de metade a envolver italianos que regressaram de férias no país ou no exterior. O aumento é, no entanto, menor do que em outros países europeus, incluindo Espanha, França e Alemanha.

Questionado sobre o quanto o governo pesa os factores económicos ao decidir sobre as restrições a implementar, Speranza disse: «Eu acredito que é um erro grave colocar a questão da saúde e a questão económica e financeira uma contra a outra. Vencer a batalha da saúde é a premissa para uma recuperação económica e financeira».

De acordo com os mais recentes dados divulgados esta quarta-feira, Itália registou um aumento substancial no número de novos casos, com mais 1.377 infecções, o que eleva o total para 262.550 pessoas infectadas. No que diz respeito às mortes o país contabilizou mais 13 nas últimas 24 horas, num total de 35.458.

A nível global a pandemia da Covid-19 já infectou quase 24 milhões de pessoas em 196 países e territórios, causando ainda mais de 820 vítimas mortais, segundo a Universidade Johns Hopkins, nos estados Unidos.

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