Raspadinhas e lotarias passam a ser distribuídas pelos CTT
A partir desta segunda-feira, são os CTT que vão assegurar a distribuição» de raspadinhas e lotarias no país, devido à falência da Urbanos Express, revelou ao “Dinheiro Vivo” (DV) fonte oficial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).
Depois de uma semana marcada por várias falhas nas entregas em alguns quiosques e tabacarias, a Santa Casa diz que a distribuição dos boletins deverá ser reposta nos próximos dias, mas não esclarece um prazo exacto ou quantos operadores foram afectados.
Vasco de Mello, presidente da Associação Nacional de Lotarias e Outros Jogos de Aposta, disse ao “DV” que estas falhas «põem em causa o funcionamento dos mediadores, fazem perder negócio e podem afectar a rentabilidade da actividade».
Contas feitas, só a Raspadinha gerou, no ano passado, vendas de 1594 milhões de euros, mais de metade da facturação que a SCML obteve com os jogos sociais (3097 milhões). Em 2018, o negócio do jogo social permitiu distribuir 733 milhões por entidades como os ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde e da Educação e a área social da SCML.
Recorde-se que, a falta de raspadinhas e lotarias em várias zonas do país, sobretudo no Norte, foi provocada pelo encerramento da Urbanos Express, subsidiária do grupo de transportes homónimo, que acumulou na última década prejuízos de 10 milhões de euros. Segundo José Bourbon Ribeiro, presidente do grupo Urbanos, a unidade Express não tinha frota própria e a maioria dos trabalhadores era subcontratado.
A transportadora emprega actualmente 353 pessoas, no entanto, as dificuldades dos últimos anos levaram-na a executar dois processos especiais de revitalização.