Quatro anos depois, a Covid-19 continua a ser uma causa de morte pior do que a gripe, conclui estudo
A Covid-19 continuou a ser uma causa de morte maior do que a gripe no inverno passado, de acordo com um estudo apresentado nos Estados Unidos: os pacientes hospitalizados pela Covid tiveram um risco 35% maior de morrer em 30 dias do que os pacientes com gripe, avança a equipa de Ziyad Al-Aly, do centro de epidemiologia clínica do ‘Veterans Affairs St Louis Health Care System’, no Missouri, autora do estudo.
Foi ainda referido que a Covid-19 representou um risco de mortalidade 60% maior do que a gripe em pacientes hospitalizados durante a época 2022-2023, segundo um estudo da mesma equipa de cientistas no ano passado.
O estudo, publicado esta quarta-feira no ‘JAMA’, salienta que as conclusões devem ser interpretadas no contexto de quase o dobro de hospitalizações pela Covid-19 em comparação com a gripe sazonal de entre outubro de 2023 e março de 2024.
Embora a taxa de mortalidade entre os pacientes da Covid tenha diminuído para 5,7% nesse período, face aos 6% do ano anterior, o estudo indica que a propensão da Covid-19 para causar mais danos fora dos pulmões ainda a torna um agente patogénico mais perigoso, mesmo à medida que aumenta a imunidade ao vírus.
“Fizemos a comparação Covid-19 vs. gripe de 2024 pensando que poderíamos descobrir que o risco de morte na Covid pode ter diminuído o suficiente para se igualar ao risco de morte por gripe”, salienta Al-Aly, em declarações à publicação ‘Bloomberg’. “Mas a realidade é que a Covid-19 apresenta um risco de morte maior do que a gripe.”
Para o estudo, foram analisados os registos eletrónicos de saúde de veteranos dos Estados Unidos em todos os 50 estados: entre os pacientes da Covid-19, não houve diferença significativa no risco de morrer antes e durante o período em que a variante JN.1 foi predominante – por volta do Natal de 2023- sugerindo que a subvariante Ómicron pode não ter um perfil de gravidade materialmente diferente daqueles que o precederam imediatamente.
“No geral, acho que isso significa que ainda precisamos levar a Covid-19 a sério”, refere Al-Aly. “Torná-la trivial como uma gripe inconsequente, como frequentemente ouvimos, não combina nem alinha com a realidade”, conclui.