Quase metade dos agregados familiares em Portugal tem dificuldades devido ao aumento dos custos com habitação, revela inquérito

Em 2023, a crise na habitação foi a maior responsável pelo aperto das famílias, indicou esta segunda-feira o ‘Correio da Manhã’, de acordo com dados da DECO. O inquérito anual da associação de defesa do consumidor – a cerca de 7 mil pessoas – indicou que a subida das rendas e dos juros do crédito à habitação trouxeram dificuldades a metade dos agregados familiares em Portugal.

De acordo com a DECO, a tendência de dificuldades deverá manter-se este ano. “Ainda que tenha baixado de 7,9%, em 2022, para 4,3%, em 2023, a inflação continua a impactar negativamente um número considerável de portugueses. Quase nenhuma família escapou ao efeito da subida dos preços na hora de pagar as contas”, apontaram os especialistas da DECO-PROteste.

A juntar-se à subida das rendes, a prestação mensal da casa ao banco tornou-se ‘mais pesada’ – recorde-se que taxa de juro média passou de 1,084% em 2022 para 3,612% no ano transato, revelaram os dados do INE.

Dos inquiridos, cerca de um terço (31%) revelou sentir “muito mais” dificuldades em pagar as despesas e para 4% tal foi uma missão impossível. Só uma minoria (6%) disse não ter sofrido qualquer impacto.

As famílias monoparentais (filhos a viver só com um dos progenitores) são as que enfrentam maior risco de pobreza. Segundo dados oficiais replicados pela DECO, em Portugal há 75 mil agregados que enfrentam situações de pobreza extrema.