Quartel-general da AD atacado com tinta. Quatro ativistas detidos
Um pequeno grupo de ativistas climáticos atingiu hoje com tinta vermelha o hotel Epic Sana, de Lisboa, utilizado pela Aliança Democrática para acompanhar a evolução dos resultados eleitorais.
Os seguranças do hotel fecharam de imediato as portas que dão para o exeterior, onde um grupo das juventudes partidárias dos sociais-democratas e democratas-cristãos cantava o hino da campanha, enquanto os ativistas protestavam.
A PSP foi acionada ao local e tomou conta da ocorrência. Quatro ativistas climáticos foram detidos.
Segundo um comunicado enviado às redações, “o coletivo por justiça climática fez um protesto na noite eleitoral para manifestar que qualquer novo governo rejeita travar o caos climático, como se torna evidente pela leitura dos programas políticos disponíveis.”
“A vitória da AD representa a ascensão do negacionismo climático declarado ao poder, com alianças que negam a crise existencial em que vivemos e que reiteram a guerra ao conjunto da humanidade, quer através da crise climática, quer da perseguição de minorias e encerramento das sociedades atrás de muros de ódio e violência”, sublinha.
António Assunção, porta-voz da Climáxico, afirma que “quer a AD, quer qualquer partido que apoie esta coligação para formar governo, deixaram claro nos seus programas que não vão tomar as medidas necessárias para prevenir a morte de milhares de pessoas e a destruição de tudo o que amamos através da crise climática. Eles decidiram premeditadamente desistir da vida em prol do lucro. Nos próximos quatro anos eles e as empresas vão tentar continuar a guerra em vigor contra o planeta e as pessoas. A sociedade não pode continuar a consentir ser dirigida rumo ao caos climático.”
O mesmo responsável acrescenta que “estas eleições deixaram claro que travar a crise climática está neste momento apenas nas mãos das pessoas, já que partidos e instituições rejeitam agir. Os próximos quatro anos serão contados como os anos em que todos sabiam da existência da crise climática e suas consequências e deixaram-se guiar para o colapso da civilização, ou em alternativa, como os anos em que a sociedade se juntou para travar o caos, impedir os efeitos mais catastróficos da crise climática e construir uma sociedade em que a vida está no centro, ao invés do lucro. O Climáximo apela à população para, a partir de amanhã e todos os dias seguintes, resistir pela sua vida e pela de milhões de outras pessoas ameaçadas pela crise climática.”
Os ativistas pelo clima têm estado muito ativos nas últimas semanas, chamando a atenção para a crise climática em tempo de eleições. Só na última semana, o grupo Climáximo foi responsável por três iniciativas em Lisboa.