Qualifica Indústria abrange 1.500 trabalhadores com 1,5 milhões de euros para formação, revela o Governo 

O programa Qualifica Indústria, dirigido a empresas do têxtil, vestuário e calçado, recebeu até agora quase 30 candidaturas, abrangendo cerca de 1.500 trabalhadores, com um apoio para formação de 1,5 milhões de euros, segundo o Governo.

O balanço do programa, que foi lançado no final de setembro e produz efeitos até dezembro de 2024, com uma dotação global de 10 milhões de euros, foi avançado à Lusa pelo secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes.

“Neste momento temos um número de 27 candidaturas, 23 das quais já estão aprovadas, que representam um apoio de mais de 1,5 milhões de euros” para formação de 1.500 trabalhadores, disse Miguel Fontes.

A maior parte das empresas abrangidas são de média dimensão e estão na região norte, onde há uma grande concentração destes setores de atividade, nomeadamente em Felgueiras, Barcelos, Guimarães, Vizela, Trofa, Braga ou Santo Tirso.

O programa Qualifica Indústria prevê um apoio de até cerca de 10 euros por trabalhador e por cada hora de formação para empresas do têxtil, vestuário e calçado que apresentem uma quebra de faturação superior a 20% num trimestre.

“Nós lançámos o programa Qualifica Indústria há muito pouco tempo com o objetivo de podermos apoiar empresas, neste caso do setor têxtil, do vestuário e do calçado que, por uma razão ou outra, estão a ser fortemente impactadas com quebras de encomendas, numa altura em que isso pode colocar em causa, por via da tesouraria, a manutenção dos postos de trabalho”, realçou o secretário de Estado.

Miguel Fontes referiu que as empresas destes setores têm uma “forte componente exportadora” e algumas delas “estão a ser fortemente impactadas por via da contração do poder de compra do consumidor final”, além de estarem “integradas em cadeias longas em que são fornecedoras a outras empresas”, resultanto em “quebras súbitas de encomendas”.

Em outubro, perante “apelos de muitas empresas e de vários sindicatos”, o Governo flexibilizou as regras, por portaria, passando a prever como requisito de acesso ao apoio uma quebra de faturação das empresas candidatas de 20%, face aos anteriores 25%, explicou.

Além disso, com as alterações, apenas as grandes empresas passaram a estar condicionadas a um limite de 100 trabalhadores por candidatura.

O secretário de Estado referiu ainda que hoje é lançada, no Porto, a Academia do Empresário, um centro de formação para empresários, gestores e empreendedores, que irá funcionar em instalações cedidas pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), num investimento de um milhão de euros ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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