Putin “tem os dois olhos” na ilha sueca de Gotland, alerta comandante das Forças Armadas

O líder russo, Vladimir Putin, está ‘de olho’ na ilha sueca de Gotland, vedo-a como estratégica para atingir o seu objetivo de controlo do Mar Báltico, conforme alerta Micael Bydén, comandante supremo das Forças Armadas da Suécia.

Gotland, a maior ilha da Suécia, é comparável em tamanho ao estado norte-americano de Rhode Island e está estrategicamente situada no centro do Mar Báltico, entre Estocolmo e o enclave russo de Kaliningrado.

Recentemente, o ministério da defesa russo anunciou planos para expandir as águas territoriais da Rússia no Mar Báltico, próximo das fronteiras marítimas com a Lituânia e a Finlândia, gerando preocupações a nível internacional.

“Estou certo de que Putin está com os dois olhos em Gotland. O objetivo de Putin é controlar o Mar Báltico,” afirmou Micael Bydén, comandante supremo das forças armadas suecas, em declarações à rede editorial alemã RND.

“Se a Rússia controlar e fechar o Mar Báltico, o impacto nas nossas vidas — tanto na Suécia como nos restantes países que fazem fronteira com o Mar Báltico — será enorme. Não podemos permitir que isso aconteça,” acrescentou Bydén. “O Mar Báltico não pode tornar-se o parque de diversões de Putin, onde ele intimida os membros da NATO.”

Navios-tanque russos, a operar de forma não oficial, têm sido avistados recentemente na zona económica exclusiva da Suécia, ao largo da costa oriental de Gotland. Esta frota “sombra”, estimada em cerca de 1.400 navios, opera fora do setor marítimo oficial e não está oficialmente associada a nenhuma força armada, o que limita a capacidade de resposta da NATO. No mês passado, a Suécia anunciou que a Comissão Europeia iria investigar formas de lidar com a frota “sombra” de petróleo da Rússia no próximo pacote de sanções.

Após a desmilitarização de Gotland em 2005, a Suécia reintroduziu tropas permanentes na ilha em 2016, em resposta à anexação da Península da Crimeia pela Rússia em 2014. Em março deste ano, a Suécia tornou-se o mais recente membro da NATO, beneficiando da garantia de defesa coletiva do Artigo 5 da aliança.

No entanto, esta adesão não tem sido suficiente para deter Putin de provocar os países vizinhos no Báltico.

“Se Putin invadir Gotland, poderá ameaçar os países da NATO a partir do mar. Isso significaria o fim da paz e da estabilidade nas regiões nórdicas e bálticas,” alertou Bydén.

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