Putin sugere que há mais áreas da Ucrânia “que são parte da Rússia”: presidente russo não estabelece limites à conquista, denunciam analistas

Vladimir Putin não estabeleceu um limite para a quantidade de território que procura na Ucrânia, alertaram esta terça-feira diversos analistas de defesa. De acordo com um novo relatório de um importante think tank dos Estados Unidos, o presidente russo “intencionalmente não estabeleceu limites para os seus objetivos de conquista na Ucrânia e sugeriu repetidamente que áreas fora das províncias de Kherson, Zaporizhia, Donetsk e Lugansk são parte da Rússia”.

Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a Rússia vê uma necessidade estratégica de manter operações militares em múltiplas frentes para evitar que a Ucrânia conduza com sucesso uma contraofensiva. De acordo com Nicole Wolkov, investigadora da ISW sobre Rússia, os planos da Rússia de “prolongar” a guerra incentivarão Putin a definir novos objetivos territoriais.

“A Rússia está a fazer avanços progressivos na Ucrânia para prolongar a guerra, impedir que a Ucrânia conduza operações contraofensivas significativas e sobreviver ao apoio de segurança ocidental à Ucrânia”, salienta o ISW.

Wolkov acrescenta que “Putin provavelmente avalia que pode alavancar a capacidade da Rússia de manter a iniciativa durante esse tempo para tomar mais território. Uma guerra prolongada também daria à Rússia tempo para continuar a expandir sua base industrial de defesa e gerar mão de obra”.

Assim, garante o ISW, uma guerra prolongada “incentivará” Putin a definir explicitamente novos objetivos territoriais, desde que ele acredite que as forças ucranianas não podem impedir os seus avanços nem conduzir contraofensivas significativas para recuperar o território perdido. “As autoridades russas negam rotineiramente a existência do Estado e da cultura ucranianos e indicam o seu interesse em territórios além destes quatro oblasts”, destaca o think tank.

O ISW enfatizou a importância de entregar ajuda militar rapidamente para ajudar a virar o jogo da guerra a favor de Kiev. “Se as armas forem entregues em tempo hábil e de forma consistente, isso poderá ajudar a Ucrânia a conduzir operações ofensivas”, salienta Wolokov.

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