Putin sem limites: ex-combatente dos Wagner assina contrato militar após segunda condenação por homicídio. Pena de 23 anos reduz-se… a cinco meses

Um homicida reincidente na Rússia foi libertado novamente da prisão para integrar o exército russo na linha da frente na Ucrânia: o condenado foi solto para combater no início da guerra em solo ucraniana, para depois regressar à Rússia e violar e matar uma idosa – os tribunais aplicaram uma sentença pesada, mas meses foi libertado para voltar à guerra, o que é sintomático das dificuldades que Vladimir Putin enfrenta no recrutamento de russos para lutar contra as tropas ucranianas.

“O assassino da minha avó escapou novamente à punição pelo seu crime e foi lutar na guerra”, denunciou a neta da vítima, Anna Pekareva, em entrevista aos britânicos da ‘BBC’.

O assassino, Ivan Rossomakhin, foi libertado em 2022 de uma prisão russa, onde cumpria uma pena de 14 anos por outro homicídio, para se juntar às fileiras do grupo mercenário Wagner. Meses depois, depois de ter lutado na linha da frente, as autoridades russas permitiram-lhe o regresso a casa, no distrito de Vyatskiye Polyany, na região russa de Kirov. Lá, algumas semanas depois, atacou, violou e matou Yulia, uma mulher de 85 anos, na sua própria residência.

Em abril deste ano, Rossomakhin foi considerado culpado pela violação e assassinato da idosa e condenado a 22 anos de prisão numa prisão de segurança máxima, uma sentença posteriormente aumentada em um ano.

No entanto, de acordo com Anna, o diretor da prisão notificou a família de que o assassino foi libertado, uma vez mais, no passado dia 19, para regressar à frente para lutar contra as tropas ucranianas.

O diretor da prisão assinou a decisão com base numa lei russa específica que permite às Forças Armadas recrutar prisioneiros para lutar na guerra na Ucrânia.

Recorrer a condenados altamente perigosos prova, na opinião da neta da mulher assassinada, que o exército russo precisa desesperadamente de mais recrutas. “As autoridades não se importam com os civis pacíficos se permitem que pessoas que cometeram crimes graves sejam exoneradas e libertadas da prisão. Isso diz-nos que ninguém pode sentir-se seguro na Rússia”, denunciou Anna.

O terror da família é que o criminoso, agora em liberdade novamente, retalie. “Se voltar, tentará vingar-se de nós pelos nossos esforços para o condenar a prisão perpétua. Assusta-me saber que não é o único. Quantos mais assassinos e psicopatas estão por aí”, questionou Anna, que pondera abandonar a Rússia, acrescentando que outros membros da sua família vão esconder-se para evitar represálias.

Desde 2022, muitos dos criminosos que aceitaram servir no grupo Wagner ou nas tropas regulares frequentemente voltam a cometer crimes violentos ao serem libertados das zonas de combate. De acordo com o portal ‘Meduza’, entre o início da guerra e agosto de 2023, houve 174 incidentes desse tipo, incluindo agressões, roubos à mão armada, violações e assassinatos.

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