Putin quer um acordo de paz para “muitos, muitos anos” na Ucrânia, revela chefe da espionagem russo
A Rússia rejeitou esta terça-feira um possível armistício na Ucrânia como o assinado entre as duas Coreias em 1953 e que congelou o conflito naquela península, tendo insistido numa paz para “muitos, muitos anos”.
“Esta paz deve ser garantida, em primeiro lugar, para nós, para a Rússia, para os cidadãos da Federação Russa”, disse Serguei Naryshkin, chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro (SVR), em declarações à imprensa russa.
A Rússia opõe-se ao simples congelamento do conflito na Ucrânia porque Moscovo precisa de uma “paz sólida e a longo prazo” que resolva as principais razões da crise, sustentou o responsável, após participar numa reunião de chefes dos serviços de segurança e espionagem da Comunidade de Estados Independentes (CEI) pós-soviética.
A paz pretendida deve ser garantida “para todo o continente europeu”. “Se falarmos sobre os debates e propostas relativas ao congelamento do conflito, direi que a Rússia rejeita categoricamente qualquer congelamento do conflito ao estilo coreano”, apontou Serguei Naryshkin.
“A Rússia está aberta a negociações. E as condições para tais negociações foram citadas pelo presidente Vladimir Putin em junho. E quanto mais cedo as capitais ocidentais compreenderem isto, melhor será para a Ucrânia, para a Europa e para A Rússia, é claro”, concluiu.