Putin promove vice-diretor dos serviços prisionais russos três dias após morte de Navalny na cadeia

Passados uns escassos três dias da morte de Alexei Navalny, principal opositor de Putin, na colónia penal onde estava a cumprir pena de prisão, o Presidente russo promoveu o vice-diretor dos Serviços Prisionais Federais (FSIN).

Segundo assinala o Governo russo em comunicado, o decreto que determina a promoção de Valery Boyarinev ao posto de coronel-general foi assinado por Putin a 19 de janeiro, esta segunda-feira, tendo os serviços prisionais anunciado a morte de Navalny na sexta-feira.

Segundo adiantam fontes ao canal independente iStories, Boyarinev terá dado pessoalmente ordens para que a prisão onde Navalny estava detido limitasse a quantidade de dinheiro que o opositor podia gastar em comida.

Para além de Boyarine, houve mais uma dezena de outros oficiais do FSIN a serem promovidos pelas autoridades russas, revela o mesmo decreto.

Autoridades russas só libertam corpo daqui a duas semanas
O corpo de Alexei Navalny, principal opositor de Putin, que morreu na passada sexta-feira, num campo penal russo, só será libertado pelas autoridades daquele país daqui a duas semanas.

Segundo indicou esta segunda-feira a porta-voz da equipa de Navalny, citada pela Sky News, “os investigadores disseram aos advogados e à família de Alexei que não lhes entregariam o corpo”.

Segundo explicou “está a ser alvo de um tipo de ‘exames químicos’ nos próximos 14 dias”, e só depois será libertado.

As revelações surgem depois da mulher de Navalny, Yulia Navalnya, ter dito que acredita que o marido foi envenenado com o agente neurotóxico novichock novamente, e que as autoridades russas estão a esconder o corpo de forma a que os vestígios sejam eliminados do corpo.

Num discurso transmitido por vídeo, a mulher de Navalny diz que “Putin matou Alexei”, e que subsequentemente as autoridades russas estão a esconder o corpo do opositor russo, de forma a garantir que os vestígios do veneno usado desaparecem.

Yulia diz que o marido foi morto porque “Putin não conseguiu dobrá-lo à sua vontade”.

“Vamos revelar detalhes em breve. E vamos definitivamente descobrir quem levou a cabo este crime e como o fez exatamente. Vamos mostrar os nomes e as caras [dos culpados]”, prometeu.

Yulia Navalnaya deu a entender que o marido voltou a ser envenenado com novichock, tal como em agosto de 2020, altura em que o opositor foi hospitalizado em estado grave.

A viúva argumenta que a família ainda não teve acesso ao corpo porque as autoridades russas estão à espera que o agente neurotóxico deixe de aparecer nas análises ao corpo.

“Quero viver numa Rússia livre, quero construir uma Rússia livre. Continuarei o trabalho de Alexei Navalny”

As autoridades russas negaram hoje, pelo terceiro dia, o acesso da família ao corpo de Alexei Navalny, principal opositor do regime russo, que morreu na sexta-feira numa prisão do Ártico.

Desde o anúncio da morte de Alexei Navalny, na sexta-feira, muitos países ocidentais acusaram o regime russo de ser o responsável.

“Nestas circunstâncias, na ausência de informação, acreditamos que é absolutamente inadmissível fazer declarações tão odiosas”, afirmou hoje Dmitri Peskov.

O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, anunciou na sexta-feira o serviço penitenciário federal da Rússia.

Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, a cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob “regime especial” e, de acordo com aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

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