Putin poderá atacar a NATO nos próximos “5 a 8 anos”, alerta Alemanha

Putin não dá mostras de querer terminar a invasão à Ucrânia e a ‘sede de guerra’ do líder russo, significa que, em menos de uma década, poderá atacar Estados-membros da Nato, segundo avisa o ministro da Defesa da Alemanha.

Boris Pistorius, em entrevista ao Der Tagesspiegel, recorda as ameaças “quase diárias” que partem do Kremlin: “Por isso, temos que ter em conta que Putin poderá até atacar um país da Nato um dia”, afirmou.

O ataque é improvável “para já”, mas Pistorius avança que a Alemanha já tem uma previsão de quando poderá acontecer. “Os nossos peritos e especialistas esperam que seja possível num período entre cinco e oito anos”, alertou.

Desde a invasão da Ucrânia, que lançou o conflito que dura há quase dois anos, Putin e os seus aliados do Kremlin têm mostrado uma retorica crescentemente agressiva contra alguns ‘vizinhos’, incluindo os Países Bálticos e a Polónia, todos membros da Nato, e também contra a Moldova, fazendo soar os alarmes entre oficiais europeus do risco de alastramento da guerra.

Ainda no início de janeiro, recorda o Politico, as autoridades militares e políticas suecas alertaram que a população se devia “preparar mentalmente para a guerra”, com o ministro da defesa a admitir que “a guerra pode chegar à Suécia”.

Pistorius assinala que estes alarmes são “compreensíveis na perspetiva escandinava”, e que a Suécia enfrenta “uma situação ainda mais séria”, devido à sua proximidade geográfica com a Rússia, e pelo facto de o país ainda não ser membro da Nato, aguardando aprovação da Hungria e Turquia.

“Temos de aprender a viver com o perigo outra vez, e temos de nos preparar militarmente, enquanto sociedade e em termos de defesa civil”, destacou o ministro alemão da Defesa.

Recorde-se que, no ano passado, a Alemanha mudou pela primeira vez desde 2011 a sua doutrina militar e estratégica, de forma a garantir a capacidade e preparação para a eventualidade de uma guerra.

“A guerra regressou à Europa. A Alemanha e os seus aliados têm mais uma vez de lidar com uma ameaça militar. A ordem internacional está sob ataque na Europa e em todo o mundo. Estamos a viver um ponto de inflexão”, lê-se no documento com as novas diretrizes de preparação.

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