Ucrânia acredita que Putin pode lançar operação de larga escala esta quinta-feira para celebrar Dia do Defensor da Pátria na Rússia

A Rússia pode voltar a lançar uma operação de larga escala na Ucrânia esta quinta-feira, Dia do Defensor da Pátria na Rússia, que celebra o exército, revelou o ministro da Defesa da Ucrânia – Oleksii Reznikov disse que Moscovo reuniu milhares de soldados e pode “tentar alguma coisa” para marcar o aniversário da invasão inicial em 2022.

Com receio de uma grande ofensiva russa, o ministério ucraniano da Educação suspendeu as aulas presenciais até sexta-feira, data do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia.

E até a NATO está a apostar no intensificar do conflito. O secretário-geral, Jens Stoltenberg, alertou esta semana que o presidente russo, Vladimir Putin, “está a preparar-se para mais guerra”.

Numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, e com o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, Stoltenberg deplorou o discurso do Estado da Nações proferido por Putin e o seu anúncio de que a Rússia suspendeu a participação no tratado New START, o último pacto de controlo de armas nucleares que restava com os Estados Unidos.

Segundo Stoltenberg, um ano depois de ter lançado a invasão russa, não há qualquer “sinal de que o Presidente Putin esteja a preparar-se para a paz, pelo contrário”.

“Tal como deixou claro, está a preparar-se para mais guerra. A Rússia está a lançar mais ofensivas, a mobilizar mais tropas e a virar-se para a Coreia do Norte e Irão. Também estamos cada vez mais preocupados com a possibilidade de a China planear apoio militar para a guerra da Rússia”, disse.

No seu discurso sobre o Estado da Nação, proferido em Moscovo, Vladimir Putin garantiu que a Rússia alcançará os seus objetivos na Ucrânia “passo a passo”, ao mesmo tempo que descreveu o momento que o país vive como “difícil”. “Há um ano, para proteger as pessoas nas nossas terras históricas, para garantir a segurança do nosso país, para eliminar a ameaça representada pelo regime neonazista que surgiu na Ucrânia após o golpe de 2014, foi tomada a decisão de conduzir uma operação militar especial”, disse Putin, no seu discurso sobre o Estado da Nação perante as câmaras do Parlamento.

Putin sublinhou: “Passo a passo, com cuidado e consistência, vamos resolver as tarefas que enfrentamos”.