Putin garante que Rússia está preparada para falar com Kiev, EUA e Europa sobre o futuro da Ucrânia

Vladimir Putin sublinhou, esta terça-feira, que a Rússia está preparada para conversar com Kiev, os Estados Unidos e a Europa sobre o futuro da Ucrânia se quisessem, salientando que Moscovo iria defender os seus interesses nacionais.

O presidente russo reforçou que estaria preparado para falar sobre a paz, embora as autoridades ocidentais sugiram que Putin espera pelo resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro antes de fazer um esforço genuíno. “Na Ucrânia, aqueles que são agressivos em relação à Rússia, e na Europa e nos Estados Unidos – eles querem negociar? Deixe-os. Mas faremos isso com base nos nossos interesses nacionais”, salientou o líder do Kremlin, durante uma reunião com a liderança da defesa em Moscovo.

“Não desistiremos do que é nosso”, disse Putin, acrescentando que a Rússia não pretende lutar com a Europa.

A Rússia controla cerca de 17,5% do território que foi internacionalmente reconhecido como parte da Ucrânia quando a União Soviética entrou em colapso em 1991. Moscovo anexou a Crimeia em 2014 e, no ano passado, disse que as quatro regiões adicionais da Ucrânia que as suas tropas controlam parcialmente fazem parte da Rússia. Kiev diz que não descansará até que todos os soldados russos sejam expulsos da Ucrânia.

A reunião em Moscovo contou com a presença de altos escalões militares, incluindo o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior, bem como o diretor do Serviço de Segurança Federal (FSB), Alexander Bortnikov.

Putin indicou que “não vamos abandonar os objetivos da operação militar especial”, frisou, acrescentando que a Rússia precisa de melhor comunicação militar, reconhecimento, seleção de alvos e capacidade de satélite – a indústria de defesa da Rússia, garantiu o presidente, estava a responder mais rápido do que a do Ocidente, salientando que Moscovo continua a atualizar as suas forças nucleares e que iria manter a sua prontidão de combate num nível elevado.

A produção de tanques da Rússia aumentou 5,6 vezes desde fevereiro de 2022, a produção de veículos aéreos não tripulados 16,8 vezes e os projéteis de artilharia 17,5 vezes, informou Shoigu, que indicou que a Rússia contratou 490 mil soldados e voluntários em 2023. No próximo ano, a Rússia tentará aumentar essa força contratada para 745 mil homens.

As forças russas instalaram 7 mil quilómetros quadrados de campos minados na Ucrânia – alguns com até 600 metros de largura, juntamente com 1,5 milhões de barreiras antitanque e 2.000 quilómetros de valas antitanque, concluiu Shoigu.

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