“Putin está a desafiar a NATO”: Ex-embaixador dos EUA na Rússia antecipa nova onda de ataques contra a Ucrânia

O Presidente russo Vladimir Putin lançou um verdadeiro “desafio” aos membros da NATO ao levar a cabo ontem um dos mais mortíferos ataques aéreos de Moscovo contra Kyiv, desde o iníciod a invasão russa. O ex-embaixador dos EUA na Rússia, Michael McFaul, descreveu o ataque como uma provocação direta à aliança ocidental.

De acordo com a Reuters, Moscovo lançou uma série de mísseis sobre Kyiv e outras cidades ucranianas em plena luz do dia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, relatou que pelo menos 37 pessoas, incluindo três crianças, morreram no ataque, que também resultou em mais de 170 feridos.

Entre os alvos atingidos em Kyiv estava o principal hospital pediátrico da Ucrânia, o Hospital Infantil Okhmatdyt, que foi destruído. Além disso, mísseis atingiram Kryvyi Rih, Dnipro e a região de Donetsk, conforme informou o Ministro dos Assuntos Internos da Ucrânia, Igor Klymenko.

“No total, quase 100 instalações foram danificadas, incluindo um hospital infantil, casas comuns, jardins de infância, uma maternidade, uma faculdade e um centro de negócios”, afirmou Zelensky numa publicação na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter. “Os escombros ainda estão a ser removidos nesses locais.”

Michael McFaul, que serviu como embaixador dos EUA na Rússia de 2012 a 2014, afirmou numa publicação em X que os ataques exemplificam Putin a “desafiar a NATO”. “Espero que a resposta da aliança esta semana seja forte”, escreveu McFaul.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, as tensões entre Moscovo e os membros da NATO têm escalado. Putin declarou que a guerra só pode terminar se a Ucrânia adotar uma posição neutra em relação à aliança militar. No entanto, a Ucrânia reafirmou repetidamente os seus planos de se juntar à NATO quando possível.

Os aliados ocidentais têm trabalhado para reforçar as capacidades de defesa aérea da Ucrânia face aos contínuos bombardeamentos russos, que frequentemente visam infraestruturas chave e regiões civis.

A defesa de Kyiv conseguiu abater 30 dos 38 mísseis lançados contra a Ucrânia na segunda-feira, segundo a Reuters. A agência também obteve um vídeo de um míssil a atingir o hospital infantil de Kyiv, identificado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia como um míssil de cruzeiro Kh-101.

Durante uma conferência de imprensa conjunta com o Primeiro-Ministro polaco Donald Tusk, Zelensky desafiou os aliados ocidentais a reagir ao ataque de Putin com apoio contínuo à Ucrânia. “Vamos retaliar contra estas pessoas, vamos dar uma resposta poderosa à Rússia, com certeza”, prometeu Zelensky. “A questão para os nossos parceiros é: podem eles responder?”

A Primeira-Ministra da Estónia, Kaja Kallas, reagiu à destruição do hospital infantil numa publicação em X, afirmando que foi “um lembrete do porquê de precisarmos apoiar a Ucrânia e de porquê os criminosos de guerra russos devem ser responsabilizados.”

O Presidente dos EUA, Joe Biden, também reiterou o compromisso de Washington com a Ucrânia, descrevendo os ataques com mísseis como “um lembrete horrível da brutalidade da Rússia.” “É crucial que o mundo continue a apoiar a Ucrânia neste momento importante e que não ignoremos a agressão russa”, afirmou o presidente num comunicado.

O ataque de segunda-feira sublinha a escalada do conflito e a necessidade urgente de uma resposta coordenada e robusta da comunidade internacional para apoiar a Ucrânia e conter a agressão russa.

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