Putin chega hoje à Coreia do Norte em visita oficial: saiba o que poderá estar em causa nesta viagem que alarma o Ocidente

O Presidente russo, Vladimir Putin, vai realizar, a partir desta terça-feira, uma visita oficial de Estado de dois dias à Coreia do Norte, segundo informou o Kremlin.

A visita realiza-se a convite do líder norte-coreano, Kim Jong-un, precisou o Kremlim, citado pela agência oficial russa TASS: a presidência russa informou ainda que a visita faz parte de uma viagem que incluirá também uma escala no Vietname, de quarta a quinta-feira.

Recorde-se que Kim, que apoia Moscovo na guerra contra a Ucrânia, visitou a Rússia em 2023. Esta será a primeira viagem de Putin ao regime recluso desde julho de 2000, quando viajou a Pyongyang para se encontrar com o ex-líder norte-coreano Kim Jong-il, o falecido pai do atual líder.

Putin aceitou o convite de Kim para visitar a Coreia do Norte durante a cimeira realizada no cosmódromo russo de Vostochny, em setembro último.

A Coreia do Norte e a Rússia têm aprofundado a cooperação militar desde o início do conflito na Ucrânia, lançando as suspeitas de que Pyongyang tenha fornecido armas e munições a Moscovo para utilização na guerra, em troca da ajuda alimentar de Moscovo e de uma possível transferência de tecnologia bélica.

Na cimeira do ano passado, Putin deu a entender a vontade da Rússia de ajudar a Coreia do Norte com o seu programa de satélites.

De acordo com os analistas, os dois líderes políticos podem adotar uma declaração conjunta que apela à melhoria do nível da sua cooperação militar, de segurança e económica, mas veem uma baixa possibilidade de ambas as nações assinarem um tratado semelhante a uma aliança militar.

A questão do envio de trabalhadores para o exterior pela Coreia do Norte também poderá ser discutida na próxima cimeira, disseram especialistas. O Norte tem uma necessidade desesperada de ganhar moeda estrangeira devido às sanções internacionais, enquanto a Rússia tem enfrentado uma escassez de mão-de-obra devido ao conflito na Ucrânia.

O comércio de armas e a cooperação militar com a Coreia do Norte, bem como a contratação de trabalhadores norte-coreanos no estrangeiro, constituem uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas relacionadas com a proibição dos programas nucleares e de mísseis de Pyongyang.

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