PSP e GNR no Parlamento: Principais associações da GNR e PSP demarcam-se da convocatória do Chega

As duas principais associações representativas da GNR e a PSP demarcaram-se esta terça-feira da convocatória feita pelo Chega para a presença, na quinta-feira, no parlamento de elementos das forças de segurança, por existirem negociações em curso com o Governo.

“Quem deve convocar para qualquer ação devem ser as estruturas sindicais, não deve ser um partido político”, afirmou à Lusa César Nogueira, presidente da Associação Profissionais da Guarda (APG), a maior estrutura representativa da GNR.

No fim de semana, o presidente do Chega apelou a todos os polícias e forças de segurança para que “se mobilizem e compareçam no parlamento” na quinta-feira, data em que o partido apresentará um projeto de lei que prevê um subsídio adicional para aqueles profissionais.

“Achamos que a proposta do Chega, apesar de ser similar àquilo que é a proposta da plataforma [que junta várias estruturas da GNR e PSP e está a negociar com o executivo] é extemporânea, porque pode condicionar uma reunião que até já foi marcada para dia 9 com a senhora ministra e pode pôr um bocado em causa aquilo que é a negociação” com o Governo, explicou César Nogueira.

Por seu turno, Paulo Santos, da Associação Sindical dos Profissionais da Policia (ASPP), o maior sindicato da PSP, salientou que “o espaço dos partidos políticos será fazer a ação política e deixar que a mobilização seja feita pelos próprios representantes dos profissionais”.

“Nós respeitamos, obviamente, todos os partidos políticos que queiram fazer projetos para melhorar as nossas condições de vida” e “percebemos que o doutor André Ventura [líder do Chega] quer envolver polícias naquilo que é o projeto que ele próprio e o partido dele vai apresentar”, mas a ASPP não irá representar-se na quinta-feira, disse Paulo Santos.

“Tendo em conta que estamos no meio de uma negociação que ainda não foi concluída e tendo em conta que o espaço sindical e o espaço político são coisas que não se podem confundir, não vamos organizar um protesto ou uma mobilização, porque não foi definido e deliberado pelo sindicato, mas também não nos opomos àqueles que queiram marcar a sua posição e a sua presença nesse dia”, resumiu o dirigente da ASPP, que tal como a APG, aposta na negociação com o Governo.

“Queremos é que o Governo resolva o problema porque é ao Governo que compete resolver este problema criado pelo anterior”, quando atribuiu aumentos de subsídios apenas à Polícia Judiciária e aos serviços de informações.

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