PSP e GNR manifestam-se hoje durante o Conselho de Ministros para denunciar suplemento de missão atribuído à PJ

Todos os sindicatos e associações da PSP e GNR vão manifestar-se, esta quinta-feira, no Conselho de Ministros, o último do Governo de António Costa, que vai decorrer no Porto. Esta ação inédita visa denunciar o suplemento de missão que será apenas atribuído à Polícia Judiciária, deixando de lado a PSP e GNR.

No protesto vão estar presentes as 11 estruturas representativas das duas polícias, que avançam já com outra medida de protesto: a possibilidade de recurso maciço à licença sem vencimento.

Recorde-se que os sindicatos da polícia já enviaram uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa a apelar à sua intervenção.

Desde o fim de semana está ‘online’ uma petição, que conta atualmente com mais de 17 mil assinaturas, a exigir “um tratamento condigno e paritário da PSP, da GNR e corpo da guarda prisional”.

Em comunicado, com o título “A Máscara do Ilusionista Caiu”, a Associação Nacional dos Sargentos da Guarda criticou o Ministério da Administração Interna pela “falta de abertura para revisões substanciais e a manipulação da opinião pública através de estratégias de comunicação, mitigando a insatisfação que vai além das questões salariais, atingindo a confiança nas instituições e na gestão governamental”.

A ANSG apela ao ministro da Administração Interna “a concentrar-se na sua missão atual” e a rever “imediatamente a componente de risco com a mesma percentagem aplicada à PJ”.

Também a associação que representa os oficiais da GNR, a carreira de topo da corporação, contestou, em carta aberta, esta decisão do Governo.

“Não admitimos a atribuição do título de ‘polícia de segunda categoria’ quando lideramos homens e mulheres de primeira. Temos muito orgulho nos valores que caracterizam os guardas e sargentos que comandamos com toda a dedicação. Por isso, não aceitamos e consideramos, mais do que ofensivo, humilhante, a diferenciação negativa que atenta contra a família militar e contra a generalidade da família policial. Todos os agentes de segurança pública merecem respeito e consideração a par da dignidade que, mais do que reconhecida, deve ser inequívoca e inquestionável”, referiu a ANOG, sustentando que são uma categoria profissional discreta.

Na semana passada a APG também considerou “absolutamente inaceitável que não tenha existido tratamento igual para os profissionais da GNR, na medida em que também desempenham funções em condições de risco, insalubridade e penosidade, contexto que este suplemento pretende premiar”.

José Luís Carneiro garantiu que tem vindo a ser feito “um trabalho de valorização salarial” dos elementos da PSP e da GNR, avançando que este reforço dos salários deve continuar nas forças de segurança.

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