PSP desmantela rede de tráfico humano que integrava polícias municipais. Há três pessoas detidas

O Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP) realizou, no passado dia 2 de outubro, uma operação de combate ao tráfico de seres humanos e lenocínio, numa investigação que culminou com a detenção de três suspeitos e a constituição de outros dois como arguidos. Entre os suspeitos investigados encontram-se dois agentes da Polícia Municipal de Lisboa.

A operação, conduzida pela Divisão de Investigação Criminal da PSP, foi realizada em colaboração com Magistrados da 11.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e incluiu buscas em várias localizações na área da Grande Lisboa e no Algarve.

A investigação, que teve início há cerca de um ano e meio, focou-se numa rede organizada que explorava mulheres, forçando-as a exercer prostituição em condições desumanas. Segundo o comunicado oficial da PSP, “a estrutura investigada e, agora debelada, é composta por uma mulher que geria o negócio e que contava com diversos colaboradores, quer no espaço utilizado para a prostituição, quer como rede de apoio”. As vítimas eram submetidas a uma exploração intensa, sendo obrigadas a trabalhar de forma contínua, sem liberdade ou autodeterminação.

Esta rede criminosa não só limitava a liberdade das mulheres exploradas, mas também as submetia a condições de trabalho degradantes, o que, segundo as autoridades, agrava o crime de lenocínio e tráfico de seres humanos. A operação visou também recolher provas que reforçassem as suspeitas acerca da natureza dos crimes em investigação, incluindo a possível participação de elementos ligados à Polícia Municipal de Lisboa.

Participação de dois polícias municipais sob investigação

Um dos aspetos mais preocupantes revelados pela investigação é a possível implicação de dois polícias atualmente em funções na Polícia Municipal de Lisboa. Estes agentes estão sob suspeita de estarem ligados ao esquema de exploração sexual. Durante a operação, foram realizadas buscas no local de trabalho destes polícias, que se encontram agora sob investigação.

Sete buscas e três detenções

No âmbito da operação, a PSP realizou um total de sete buscas domiciliárias, seis das quais nas residências dos suspeitos e uma num espaço utilizado para a prática de prostituição. Além disso, foram efetuadas buscas nas instalações da Polícia Municipal de Lisboa. A operação resultou na detenção de três pessoas, com idades compreendidas entre os 40 e os 45 anos. Foram ainda constituídas arguidas mais duas pessoas, que estão a ser investigadas em conexão com o caso.

A operação, descrita pela PSP como uma “operação de combate ao tráfico de seres humanos e lenocínio”, foi considerada um sucesso no desmantelamento desta rede organizada. A PSP salienta que as diligências irão continuar “com vista à apresentação dos detidos a primeiro interrogatório judicial”, de forma a apurar responsabilidades e eventuais ligações adicionais a este esquema de exploração.

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