PSD e IL questionam independência de Mário Centeno como governador do BdP

PSD e IL criticaram hoje a indicação do nome de Mário Centeno para substituir António Costa na liderança de um novo executivo do PS

“Isto é apenas mais uma demonstração, mas bastante mais grave, da falta de independência que o governador do Banco de Portugal tem”, acusou o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, em declarações aos jornalistas, no parlamento.

Joaquim Miranda Sarmento desafiou Mário Centeno a dizer se deu a sua anuência para que o primeiro-ministro propusesse o seu nome ao Presidente da República para lhe suceder na liderança de um novo executivo.

O social-democrata pediu ao governador que “reflita bem sobre o que deve ser o papel de independência do governador e do Banco de Portugal” e defendeu que Mário Centeno “deve ter a preocupação de preservar a instituição à qual pertence há 20 anos”.

O líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva, também foi crítico da solução apontada por António Costa ao Presidente da República, considerando que o futuro político de Portugal não poderia passar por “uma solução de secretaria”.

“Era o que mais faltava ter uma solução à italiana”, afirmou, acusando o PS de se “achar dono disto tudo”.

A deputada do PAN, Inês Sousa Real, deixou também críticas à indicação do indicação do nome de Mário Centeno, frisando que o partido foi sempre contra as chamadas “portas giratórias”.

Já pelo PS, o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, defendeu que “qualquer português responsável” deve aceitar o desafio de ajudar o país.

“Se a Mário Centeno fosse pedida a liderança de um governo, a minha expectativa é que ele responsavelmente aceitasse. Dizer que, perante a circunstância que o país vive, não aceitaria o que é um trabalho em favor de todos, não me parece responsável”, considerou.

Eurico Brilhante Dias apontou que, nas suas críticas, os partidos “revelam má consciência, em particular o PSD”.

Lembrando a apresentação do livro de Carlos Costa sobre o seu tempo à frente do regulador bancário, o socialista afirmou que quem olhar para as “personalidades que se juntaram vê o que é verdadeiramente independência”, considerando ter sido “o abraçar político-partidário da intervenção de um governador do Banco de Portugal”.

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