PS vai votar em branco na eleição de Aguiar Branco para presidente da AR
Pedro Nuno Santos resistiu a revelar o sentido de voto do PS na eleição de José Pedro Aguiar-Branco para presidente da Assembleia da República (AR), mas acabou por se saber, antes do momento da votação, que foi dada indicação aos socialistas para votarem em branco, e assim deixarem passar o nome proposto pelo PSD.
O PSD não falou com o PS para viabilizar o nome de Aguiar Branco, ao contrário do que aconteceu com o Chega, segundo avança a CNN Portugal.
Ao início da tarde, Pedro Nuno Santos foi pressionado pelos jornalistas para revelar se seria dada alguma indicação aos elementos do partido, no que respeitava ao sentido de voto. “Como toda a gente já percebeu, há acordo na direita entre o Chega e o PSD para a eleição do presidente da Assembleia da República. Essa é uma eleição resolvida, não se preocupem com a votação do PS”, afirmou.
“Não retiro mais nenhuma conclusão”, adiantou ainda, questionado sobre de o acordo entre PSD e PSD, para que viabilizassem os nomes apresentados por cada um dos partidos a cargos na AR, poderia significar algo mais. Pedro Nuno Santos acrescentou ainda que os elementos do não foram contactados pelo PSD nesse sentido.
Segundo o Regimento da Assembleia da República, a eleição do presidente do parlamento tem lugar na primeira reunião plenária da legislatura – prevista para terça-feira – e é eleito “o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções”.
Se for eleito, José Pedro Aguiar-Branco, antigo ministro da Defesa, sucederá ao socialista Augusto Santos Silva (que falhou a eleição pelo círculo Fora da Europa) como segunda figura do Estado.
Na liderança da bancada do PSD, cujas eleições não foram ainda formalmente marcadas, Hugo Soares deverá substituir Joaquim Miranda Sarmento, que ocupa o cargo desde julho de 2023.
A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo na quinta-feira e a posse está prevista para 02 de abril.
No novo parlamento, o PSD terá 78 deputados (mais um do que na anterior legislatura), o PS também 78 (menos 42), o Chega sobe de 12 para 50 parlamentares, a IL mantém os oito deputados e o BE os cinco que já tinha, enquanto o PCP desce de seis para quatro. O Livre cresce de um para quatro e o PAN mantém a sua deputada única.
O CDS-PP regressa ao parlamento com dois deputados, obtidos na coligação pré-eleitoral AD (com PSD e PPM), que totalizará 80 deputados na Assembleia da República.