Próxima semana à lupa: Investidores ‘excessivamente’ otimistas em vésperas do segundo debate presidencial dos EUA

A próxima semana será marcada pela polémica em torno do segundo debate presidencial marcado para quinta-feira. A comissão dos debates presidenciais veio propor a hipótese do debate ser virtual devido ao estado de saúde de Donald Trump.

Em entrevista à Fox Business, o presidente já veio dizer que não irá perder o seu tempo em debates virtuais. Também existe a sugestão dada pela campanha de Joe Biden de adiar o debate uma semana para que possa ser feito presencialmente.

Independentemente dos debates e de quem ganhe as eleições, está a caminho um grande pacote de alívio fiscal. Resta saber quantas empresas sobreviverão até lá.

Os investidores de ações estão excessivamente otimistas por acharem que a Câmara dos Representantes aprovará medidas de estímulo sem um acordo mais alargado ou que a economia dos EUA evitará mais problemas económicos sem um pacote de estímulos antes do final do ano. Os traders de ações e divisas reagem a todas estas notícias da Casa Branca e esta tendência deve continuar até ao dia das eleições a 3 de novembro.

Na próxima terça-feira ficaremos também a conhecer os dados da inflação nos Estados Unidos e as vendas a retalho na sexta-feira.

A semana em que Trump se salvou… mas só da Covid-19

A semana que agora termina foi marcada pelo regresso ao trabalho na Casa Branca de Donald Trump na segunda-feira, depois de ter estado internado no hospital de Walter Reed durante o fim de semana. As ações afastaram as incertezas relativas à recuperação económica e fecharam a semana em alta, após Donald Trump ter lançado um tweet em que dizia estar pronto para assinar partes do pacote de alívio fiscal. Isto depois, de algumas horas antes, ter afirmado precisamente o contrário, ou seja, que se afastava da mesa de negociações com os democratas e que qualquer possibilidade de aprovação dum projeto-lei só para depois das eleições. Este facto por si só provocou uma volatilidade errática nos mercados, que acaba por não ser incomum para o mês em que estamos. Historicamente, o mês de Outubro é o mês mais volátil para o mercado acionista.

As minutas da FOMC, divulgadas na quarta-feira passada, impediram que o dólar valorizasse em relação à maioria das divisas. Uma das poucas exceções foi o USD / JPY, que quebrou em alta o range lateral em que negociava há já vários dias, e atingiu valores em que não negociava desde o dia 14 de setembro. No entanto, a valorização das yields do Tesouro norte-americano, sugere que as minutas não eram assim tão importantes para os investidores. Ao alterar o seu target para a inflação e, por sua vez, o seu forward guidance, o banco central reforçou a sua política monetária acomodativa e deixou bem claro que as taxas de juros permanecerão inalteradas nos próximos pelo menos 3 anos. A Fed até está recetiva a aumentar os estímulos monetários, mas é algo improvável, a não ser que haja um crash no mercado acionista por causa duma segunda onda de contágios ou uma deterioração súbita do estado de saúde do presidente Donald Trump.

*Nuno Mello, Analista XTB

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