Próxima semana à lupa: Bancos Centrais, Resultados de empresa, PMIs e Inflação em destaque

Índices a consolidar, dólar em range de curto prazo e uma forte correção nos metais preciosos resumem uma semana algo tépida nos mercados financeiros. No entanto, em pano de fundo, alguns eventos de risco poderão resultar em maior volatilidade nos próximos dias.

Tivemos a confirmação de que o PIB da zona Euro registou uma quebra de 12,1% – este é o pior registo de sempre e a recuperação vai ser demorada. Ainda na zona Euro, o escalar do número de novos casos de COVID-19 levou o Reino Unido a incluir França e Países Baixos na lista de países com quarentena de 14 dias, facto que deixou o mercado acionista sob pressão. O risco de uma segunda vaga parece cada vez mais real à medida que as medidas de confinamento vão sendo levantadas – o crescimento residual de novos casos tem vindo a acelerar. Apesar do número de mortos estar relativamente controlado, a maior preocupação é que novas medidas preventivas possam pesar ainda mais na recuperação económica. Na Bielorrússia, os últimos dias tem sido de grande instabilidade política, e a situação poderá evoluir para uma possível intervenção da Rússia; novamente, um cenário que pode causar movimentos mais voláteis num mês em que a liquidez é menor, levando por vezes a movimentos mais exagerados.

No que diz respeito ao calendário económico, a semana fica marcada por Bancos Centrais, Inflação, Resultados de empresas e PMIs.

RBA, FED e BCE em foco

Esta semana será forte no que diz respeito a informação de primeira linha divulgada pelos bancos centrais. Terça-feira, de madrugada, temos as minutas do RBA, enquanto que as minutas da FOMC serão divulgadas na quarta-feira às 19h, e quinta será a vez do BCE às 12.30h. Apesar de não se esperar grandes novidades, uma vez que as políticas monetárias expansionistas irão continuar a marcar o panorama geral, existe sempre, no entanto, grande interesse em verificar a direção e força do compromisso, em pormenores como discussão de temas como por exemplo aumentar as medidas de estímulo, taxas negativas, preocupações com a inflação ou outros temas que tenham impacto na política monetária dos mesmos.

Inflação pode resultar em novo movimento altista nos metais preciosos

Depois de uma semana extremamente negativa, os investidores estarão atentos a qualquer oportunidade para voltar a entrar no movimento altista de maior grau. Com o dólar pressionado e perspetivas de que as taxas continuem baixas durante muito tempo, os investidores deverão olhar para outros fatores como a inflação.

Nesta quarta, podemos seguir a divulgação dos dados da inflação na Europa, Reino Unido e Canadá para pistas. Qualquer sinal de aceleração pode levar os investidores a voltar aos metais no curto prazo.

Sexta-feira promissora para acabar a semana em grande

Para terminar a semana, temos um dia absolutamente forte no que diz respeito a dados económicos de primeira linha. Vendas a retalho no Reino Unido e Canadá deverão garantir oscilações interessantes. No entanto, o destaque vai mesmo para os dados do PMI que, no caso do Reino Unido, será da manufatura e serviços, enquanto que na Europa temos apenas os dados da manufatura na Alemanha. Nos EUA, vamos ter os dados do mercado da habitação, as vendas de novas casas, onde esperamos uma recuperação.

Assim esperamos ver algum movimento, considerando que estamos na fase agressiva de divulgação de resultados e temos um calendário económico forte.

*Por Eduardo Silva, Analista XTB

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