Protesto dos professores chega hoje a Évora: greve distrital tem concentração marcada para as 15 horas na Praça do Giraldo

Depois de ter começado no Porto, e passado por Viseu, Vila Real, Viana do Castelo, Setúbal, Santarém, Portalegre, Leiria, Guarda e Faro, a ronda distrital de greves de professores chega esta quarta-feira a Évora: o protesto foi convocado pela ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU, na sequência da consulta que realizaram aos docentes.

A greve, que se iniciou no primeiro dia de aulas após a interrupção letiva da Páscoa, termina a 12 de maio em Lisboa – pelo meio, a greve percorrerá o país por ordem alfabética inversa à da primeira greve distrital, indo de Viseu até Aveiro. Em todos os distritos, os professores serão convocados para se concentrarem num local.

Assim, para esta quarta-feira, os sindicatos aderentes ao protesto vão estar presentes, ao meio-dia, na Escola Secundária Gabriel Pereira, sendo que a concentração está agendada para as 15 horas na Praça do Giraldo.

Será uma greve diferente da anterior, pois pretende-se evitar que o Ministério de Educação. possa, como tem feito, requerer serviços mínimos e, dessa forma, atrapalhar a sua realização, criar um clima de intimidação nas escolas, impedir professores de fazer greve e gerar a confusão nas escolas. Assim:

– em vez de um pré-aviso de greve para os 18 dias úteis ou de 18 pré-avisos, um por cada dia, serão entregues 162 avisos prévios de greve, um por cada uma das 9 organizações, para cada um dos dias, apresentados em dias diferentes;

– a greve terá início às 12 horas prolongando-se até final do dia, o que retira a possibilidade de serem requeridos serviços mínimos, sob pena de a greve estar a ser inviabilizada;

– em cada distrito, às 12 horas, estejam os professores a desenvolver que atividade for, ela deverá ser interrompida, os professores entrarão em greve e as escolas deixarão de desenvolver toda e qualquer atividade;

Veja o calendário das greves por distrito:

Maio
3 – Évora
4 – Coimbra
5 – Castelo Branco
8 – Bragança
9 – Braga
10 – Beja
11 – Aveiro
12 – Lisboa

Os docentes contestam as propostas do Ministério da Educação para os concursos e reivindicam a resolução dos “problemas que desvalorizam a profissão”.

No entanto, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) manifestou-se preocupada, não com os efeitos que as sucessivas paralisações possam ter no aproveitamento dos alunos, mas sim com a falta de docentes, até porque foram decretados serviços mínimos para a paralisação.

Filinto Lima, presidente da ANDAEP, explicou, em entrevista à SIC, que “os alunos não estão a ter aquelas consequências ao nível das aprendizagens que muitas vezes se vê na opinião pública” e que “a grande instabilidade tem a ver mais com a vida dos pais”.

Por outro lado, o responsável destacou que há 18 mil alunos, já identificados pelo Ministério da Educação, sem professores a pelo menos uma disciplina, desde início do ano letivo. “Essa é que deve ser a grande preocupação”, apontou Filinto Lima.

“A escassez de professores é um problema que eu penso que poderá ser a próxima pandemia em Portugal. Não há professores, não há jovens que queiram seguir a carreira docente e há muitos professores que estão a aposentar-se”, alertou o presidente da ANDAEP.

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