Propagandistas de Putin descrevem futuro mapa mundial em que Europa e Estados Unidos serão muito diferentes do que são hoje

Por Francisco Laranjeira

Vladimir Solovyov, um dos principais propagandistas do Kremlin e um dos rostos da televisão estatal da Rússia, fez uma previsão sobre o futuro que coloca a Rússia e os Estados Unidos muito diferentes do que são atualmente. O vídeo foi partilhado nas redes sociais pela jornalista e observadora russa Julia Davis e desde então se tornou viral.

O apresentador tem descrito frequentemente a invasão da Ucrânia como uma guerra de procuração entre Moscovo e o Ocidente: nos seus programas, é frequente referir-se à guerra na Ucrânia como uma luta com o satanismo, em que as forças russas “fazem parte de um exército de Deus contra o exército de Satanás”.

Numa entrevista com Marina Kim – cuja villa no Lago Como, em Itália, está entre as propriedades confiscadas ao abrigo das sanções ocidentais -, Solovyov descreveu o “mundo satanista” no Ocidente: segundo o apresentando, as pessoas no Ocidente “odeiam os seus Governos” e que os Estados Unidos “estão sempre perto de uma guerra civil”, um destino que prevê que também acontecerá na Europa.

“Inevitavelmente vão aparecer califados na Europa”, apontou, salientando que os globalistas “vão simplesmente afastar-se da Europa, que se transformará nas periferias da Eurásia”. “Acho que a América não se manterá unida como uma nação unificada. Será dividida tal como a Europa”, disse. “As fronteiras dos estados começarão a desintegrar-se, partes delas irão para o México e até para o Canadá.”
Entre as “mudanças gigantescas” reservadas para o mundo estará o futuro papel da Rússia como “a meca para onde viajarão as pessoas de valores tradicionais”.

“Vamos tornar-nos num ponto de encontro”, referiu, devido ao estatuto “único” da Rússia como país multiconfessional para muçulmanos, cristãos, judeus e budistas. Solovyov destacou ainda que o Canadá acabará por se dividir em partes de língua francesa e inglesa e o que costumava ser o império russo se juntaria a “algum tipo de representação governamental conjunta”.

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