Propagandista do Kremlin sugere ataque nuclear na região russa de Kursk para travar avanço ucraniano

Um convidado na televisão estatal da Rússia sugeriu o lançamento de um ataque nuclear na região russa de Kursk devido à incursão transfronteiriça da Ucrânia, cujas forças ocuparam pelo menos 11 localidades desde terça-feira. Os comentários foram feitos pelo propagandista Sergey Mardan, no programa ‘Solovyov Live’, cujos comentários foram publicado na rede social ‘X’ por Anton Gerashchenko, ex-assessor do Ministério do Interior da Ucrânia.

“O propagandista russo Mardan ameaça um ataque nuclear tático contra soldados da AFU [Forças Armadas da Ucrânia] na região de Kursk”, escreveu Gerashchenko. “Isso porque a região de Kursk é ‘um núcleo histórico russo indígena’, ele explica. Aparentemente, diferentes regiões da Rússia têm valores diferentes para ele.”

Recorde-se que milhares de moradores de Kursk foram evacuados e foi declarado um estado de emergência na região que faz fronteira com a região nordeste de Sumy, na Ucrânia – esta terça-feira, Kiev lançou tropas e veículos blindados para Kursk, sendo que o presidente russo Vladimir Putin e o Ministério da Defesa russa têm procurado minimizar a escala dos avanços ucranianos na região.

“Essas ogivas que poderiam ser acopladas a alguns mísseis russos são capazes de causar um pouco mais de dano”, disse Mardan na TV estatal, salientando que acredita que o mundo ficaria “chateado” se a Rússia usasse armas nucleares em resposta à ofensiva de Kursk, mas que o público acabaria por entender que se tratava de uma decisão lógica.

“E quanto a todas as opiniões que foram discutidas nos últimos dois anos sobre a impossibilidade de um ataque nuclear pela Rússia, quais poderiam ser as consequências, qual poderia ser a reação do Ocidente e do Sul global em particular… bem, nessa situação, estou pessoalmente absolutamente convencido de que a reação será… Bem, todos ficarão chateados, é claro, um pouco. Mas, em geral, eles dirão: É lógico”, disse Mardan. “A luta não está a acontecer apenas em território russo. A região de Kursk é uma Rússia que… nem sei com o que comparar; um núcleo histórico tão indígena, o núcleo russo. E há luta a acontecer lá agora”, disse Mardan.

“Portanto, um cenário em que um ataque é lançado contra instalações militares da AFU com o uso de ogivas nucleares deixa de ser teórico, deixa de ser improvável”, apontou.

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