Programa de reskilling e upskilling “vai de encontro à visão da Sonae MC de capacitar e valorizar os seus colaboradores”, diz CEO da Code for All_

O reskilling e upskilling em tecnologia são essenciais para o setor do retalho, pois ajudam a impulsionar a inovação e a competitividade. Com a rápida evolução da tecnologia, os profissionais do retalho precisam de adquirir constantemente novas skills e atualizar o seu conhecimento para acompanhar as exigências do mercado.

A Executive Digest falou com João Magalhães, CEO da Code for All_, para conhecer o programa de reskilling e upskilling em tecnologia implementado na Sonae MC, bem como os desafios e as oportunidades nesta área

 

Como surgiu a parceria de implementar um programa de reskilling/upskilling na área de programação para os colaboradores da MC?

O setor do retalho tem vindo a sofrer uma transformação grande nos últimos anos o que tem levado a uma crescente necessidade de adaptação das empresas a novas realidades e à procura constante de criação de experiências diferenciadoras para os seus clientes. É neste sentido que a tecnologia tem vindo a ganhar cada vez mais preponderância, o que coloca urgência na necessidade de dotar os profissionais desta área de novas competências.

Foi desta necessidade que surgiu, assim, a ideia de criar uma parceria entre a Code for All_ e a MC, empresa do grupo Sonae e especialista em retalho alimentar, que permitisse desenvolver as competências dos profissionais na área da programação, através de programas de reskilling e upskilling em tecnologia. Aprender a programar é a melhor forma para se compreender, tirar proveito ou até criar tecnologia e assim estar mais preparado para responder de forma eficiente às necessidades da organização.

 

Quais foram os principais desafios que motivaram a procura por este tipo de iniciativa?

Atualmente, as empresas revelam cada vez mais dificuldade em encontrar o talento com as competências desejadas e, efetivamente, é a necessidade por competências técnicas em tecnologia a que se revela mais urgente para as organizações nacionais, sendo destacada por 26% dos empregadores portugueses, segundo o Talent Shortage Survey 2024, do ManpowerGroup.

É essencial que as empresas invistam no seu talento interno, para que consigam reter os colaboradores e dar resposta aos desafios e oportunidades digitais emergentes. Tem-se revelado também um desafio para os profissionais se manterem atualizados e com as competências adequadas num mercado de trabalho que exige cada vez mais competências tecnológicas e uma capacidade de adaptação e resiliência como nunca visto.

Foi ao juntar estes dois fatores que surgiu a ideia de criar este programa que, por um lado, procura assegurar que as empresas acompanham a evolução tecnológica, aperfeiçoando o seu negócio e que, por outro, garanta que os profissionais não são deixados para trás e consigam desenvolver as competências necessárias para responder aos desafios atuais.

 

Quais são os objetivos principais do Reboot MC?

A transformação digital é, cada vez mais, uma realidade incontornável, o Reboot MC tem como objetivo muito claro fomentar o autodesenvolvimento e aprendizagem contínua dos profissionais, para os preparar para os desafios tecnológicos da atualidade. O programa proporciona, assim, oportunidades de reskilling e upskilling na área da programação e vai de encontro à visão da SONAE MC de capacitar e valorizar os seus colaboradores no contexto e desafios atuais.

 

De que forma vai beneficiar os colaboradores e a empresa?

Dada a necessidade emergente de responder aos desafios digitais, a programação surge, de facto, como uma das competências mais relevantes a desenvolver. Ao trabalhar skills nesta área, os colaboradores poderão não só responder melhor às exigências do mercado e, em particular, do setor do retalho, como realizar as suas funções de forma mais eficiente. Esta é uma área que estimula ainda outras competências, como o pensamento lógico, a resolução de problemas e a produtividade, extremamente importantes para os profissionais.

Relativamente às empresas, ao apostarem na formação contínua dos seus colaboradores, demonstram o seu compromisso contínuo para com as suas equipas, o que permite fidelizar e atrair o melhor talento, respondendo de forma mais eficaz aos desafios que vão surgindo. Dado o atual contexto de escassez de talento, em que 81% dos empregadores nacionais revelam dificuldades em encontrar os perfis desejados, segundo o mesmo estudo, é cada vez mais importante que as empresas consigam desenvolver o seu talento interno, apostando na formação dos seus profissionais. Além disto, através da qualificação dos profissionais, as empresas e, em particular a MC, poderão proporcionar as melhores experiências aos seus clientes.

 

Como é que o conteúdo foi personalizado para dar resposta às necessidades específicas da empresa?

Na primeira fase do programa, em que é realizada uma primeira formação online e uma identificação do potencial dos colaboradores, os visuais da plataforma – nomeadamente o logotipo e as cores da MC – foram personalizados para conferir um aspeto visual com o qual os profissionais da empresa se identifiquem e onde se sintam num ambiente familiar. A par deste aspeto, e o ponto mais importante no que respeita à personalização nesta fase, foi o acompanhamento semanal dos resultados, com os dados requeridos pela MC.

Na segunda fase, o bootcamp – onde há uma formação intensiva presencial -, há uma maior capacidade de personalização de conteúdos, na medida em que, devido aos resultados obtidos na primeira fase, somos capazes de melhor identificar as necessidades individuais e do grupo, de forma a criar e adaptar os exercícios aos formandos. Nesta fase, é possível também criar casos práticos que sejam diretamente aplicáveis na realidade da MC.

 

Como é que o programa está integrado com as responsabilidades diárias dos colaboradores?

Para os colaboradores para os quais o programa foi identificado como necessário e obrigatório, a respetiva chefia está a libertar algumas horas por semana para que o profissional se dedique às formações online. Para a população voluntária, é o próprio colaborador que deve fazer a gestão do tempo, podendo pedir à respetiva chefia algumas horas ou não.

 

Como será recolhido o feedback dos colaboradores durante e após o programa?

Durante a primeira fase, estão a ser realizadas sessões mensais com os colaboradores que quiseram participar no programa para que estes possam partilhar a sua experiência e dar o seu feedback. Existe também um e-mail de suporte onde recebemos as várias dúvidas e indicações relevantes sobre a plataforma. Na segunda fase, há um acompanhamento diário com os colaboradores selecionados, bem como momentos de feedback formais, ao longo das 14 semanas.

 

Quais são os resultados esperados deste programa a curto e longo prazo?

O programa teve início em agosto de 2023, e começamos já a ver alguns dos seus resultados. Em primeiro lugar, é fundamental destacar que, embora tenha havido um grupo de colaboradores pré-selecionado para realizar o programa, mais de metade dos participantes registados foram voluntários. Isto demonstra a vontade que os profissionais revelam em desenvolver novas competências, o que é extremamente positivo, tanto para o próprio talento como para a empresa.

À data de hoje, temos quase 500 colaboradores inscritos, sendo que quase 60% são mulheres, e 133 já concluíram a primeira fase do Reboot MC, podendo responder, agora, de forma rápida e eficaz às necessidades da organização e do setor.

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