Programa Aldeia Segura está “substancialmente abaixo” das expectativas: apenas 12 localidades se inscreveram no ano passado

O Programa Aldeia Segura só conseguiu integrar 12 das 111 localidades previstas, no ano passado. De acordo com o ‘Jornal de Notícias’, 2023 foi mesmo o ano de pior desempenho deste programa desenhado em 2018, depois dos grandes incêndios de 2017 – nem mesmo na pandemia da Covid-19 houve números tão baixos.

De acordo com a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), o aumento de 12 aldeias (mais 0,5%) ficou “90% abaixo do projeto anual” definido pela Proteção Civil – neste ano, houve mais 39 localidades que se juntaram ao programa, que conta agora com um total de 2.281 aldeias.

A agência admite que os números de novas aldeias seguras “se mantêm substancialmente abaixo da ambição inscrita” no Plano Nacional de Ação, que previa até 7 mil localidades integradas até 2030. De acordo com os especialistas, a concretização deste programa é essencial para garantir a segurança da população de pequenos aglomerados, sobretudo em terrenos onde o risco de incêndio é elevado.

“Este projeto tem de ter a máxima prioridade, porque é através da formação da população que é feita a prevenção dos fogos e, em caso de incêndio, se podem salvar pessoas e bens”, reforça Xavier Viegas, coordenador do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

“São os vizinhos que podem prevenir e combater os fogos. As pessoas devem saber para onde se dirigir, o que fazer em caso de incêndio, e como podem salvar-se e salvar outros”, aponta.

No mapa continental, verifica-se que os distritos que mais aderiram ao programa foram o da Guarda (503), Bragança (257), Viseu (237), Santarém (216) e Vila Real (178) – já em Setúbal (6), Porto (8), Beja (9), Évora (12) e Lisboa (2) não colheu entusiasmo.

O programa, criado em 2018, visa dar formação às populações e criar espaços seguros nas aldeias, “zonas de proteção aos aglomerados e de infraestruturas estratégicas, identificando pontos críticos e locais de refúgio” – contempla ainda ações de prevenção de comportamentos de risco e o desenho de planos de evacuação.

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