“Produtividade, é a palavra que vale a pena fixar”, frisou João Duque, economista e Professor Catedrático

“Para onde queremos ir?”, foi a pergunta que o economista lançou à plateia, para iniciar a última intervenção da XXII Conferência Executive Digest. Olhando para o futuro, que ainda se afigura incerto em muitos aspetos, as palavras de ordem para a economia e empresas devem ser “Produtividade, produtividade, produtividade”.

João Duque explicou que a população idosa tem um peso ada vez maior na demografia portuguesa, avançado que atualmente registamos cerca de 6 milhões de pessoas em idade ativa, mas esse número cairá para 4,9 milhões no espaço de 20 anos.

O envelhecimento populacional terá reflexos diretos e profundos na vida de todos nós e ao nível do equilíbrio orçamental, com uma pressão crescente a ser exercida sobre o Orçamento do Estado, o Serviço Nacional de Saúde e a Segurança Social.

Estima-se que este ano Portugal cresça 6,4% face aos níveis de 2021, caso não se registe um crescimento em cadeia. Caso esse crescimento seja verificado, esse valor poderá subir para entre 8% a 12%.

O crescimento da economia portuguesa tem como principal força-motriz o consumo, também beneficiando de setores como o turismo, por algum investimento público e privado, e pelo reequilíbrio observado ao nível da balança comercial de bens e serviços.

Quanto à inflação, os preços já estão a começar a refletir os choques nos mercados internacionais, e essas condições deverão manter-se, tais como a guerra na Ucrânia, os confinamentos na China e o desequilíbrio entre a oferta e a procura.

O economista sublinhou que se a guerra terminar no espaço de alguns meses e as cadeias de fornecimento forem restauradas, será possível recuperar o controlo da inflação. Contudo, caso se venha a verificar o contrário, a tendência de alta dos preços e dos custos de vida deverão continuar a subir.

Também as subidas das taxas de juro, aplicadas pelo Banco Central Europeu deverão continuar a pesar fortemente nos bolsos dos consumidores e das empresas.

A solução é uma, de acordo com o especialista: produzir muito bem nos segmentos mais rentáveis, quer internos, quer externos.

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