Procurador-geral americano compara confinamento à escravatura
As ordens de confinamento são “a maior intrusão nas liberdades civis da história americana desde a escravatura”, disse o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr.
Numa conferência, Barr mencionou uma possível ordem nacional de confinamento decretada por Joe Biden, caso o candidato democrata às presidenciais chegue à Casa Branca. Biden já ressalvou que apenas o fará se peritos de saúde pública e cientistas o recomendarem.
De acordo com William Barr, as decisões deveriam ser tomadas por “políticos eleitos”, não por “pessoas em batas brancas” que não são “videntes” para saberem qual a resposta certa no combate à pandemia.
A comparação entre as ordens de confinamento e a escravatura provocou uma onda de reacções fortes.
“Essa é uma das coisas mais ridículas, insensíveis e horríveis que alguma vez ouvi”, respondeu Jim Clyburn, congressista negro influente da Carolina do Sul.
“É espantoso que o principal agente da lei neste país fale de cativeiro humano, quando se tratam de conselhos de peritos para salvar vidas. A escravatura não era para salvar vidas, era para as desvalorizar”, acrescentou Clyburn em declarações à CNN.
Apesar das descrições optimistas do Presidente Donald Trump e da sua equipa de resposta à pandemia, o novo coronavírus já infectou mais de 6,6 milhões de pessoas e provocou mais de 197 mil mortes, segundo dados da universidade norte-americana Johns Hopkins. Os Estados Unidos são o primeiro país mais afectado pela pandemia, a nível mundial.