Primavera chegou mais cedo: fevereiro deverá ter sido o mais quente de sempre

O mundo terá batido o recorde de fevereiro mais quente já registado – as flores desabrocharam mais cedo no Japão e México, as pistas de ski da Europa ficaram sem neve e o Texas, nos Estados Unidos, registou temperaturas de 38°C. Segundo a agência ‘Reuters’, embora os dados não tenham sido finalizados, três cientistas garantiram que este mês está no bom caminho para assegurar a temperatura média global mais elevada alguma vez registada em fevereiro, graças às alterações climáticas e ao ‘El Niño’.

A confirmar-se, esse será o novo recorde mensal consecutivo de temperatura a ser quebrado, de acordo com dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.

No Hemisfério Norte, as temperaturas recordes significam que “a primavera chega mais cedo”, apontou Karin Gleason, cientista atmosférica da NOAA. “Ontem estava na parte leste da Carolina do Norte e vi algumas árvores em plena floração, com flores por todas as árvores e pensei – é fevereiro. Isso parece muito estranho.”

O calor adicional do aquecimento global causou estragos nos sistemas globais, ajudando a derreter os glaciares nos polos e nas montanhas, elevando o nível do mar e provocando condições meteorológicas extremas, explicou Anders Levermann, físico do Instituto Potsdam para Investigação do Impacto Climático.

Segundo Gleason, o El Niño deverá dissipar-se em meados de 2024 e poderá rapidamente se transformar em La Niña – um arrefecimento no Pacífico Oriental –, o que poderá ajudar a quebrar a onda de calor no final do ano. No entanto, a NOAA prevê que há 22% de probabilidade de 2024 quebrar o recorde de 2023 como o ano mais quente, e há 99% de que estará entre os 5 primeiros, concluiu a especialista.