Presidente do Irão chega hoje à Rússia para discutir relações económicas e conflito em Gaza com Putin

O presidente do Irão Abrahim Raisi viaja hoje para Moscovo, no seguimento de um convite do seu homólogo russo Vladimir Putin.

Nas reuniões entre as delegações russa e iraniana, estão em destaque a expansão das relações económicas entre o Irão e a Rússia, questões regionais e internacionais, e os mais recentes desenvolvimentos do conflito entre Israel e Hamas em Gaza.

Esta é a segunda visita oficial de Raisi à Rússia desde que assumiu funções, em agosto de 2021.

A visita segue-se depois de, na terça-feira, os dois países terem assinado uma declaração conjunta contra as sanções ocidentais.

“Acabamos de assinar uma declaração sobre as formas e os meios de neutralizar, mitigar e compensar as consequências negativas das medidas coercivas unilaterais”, disse na altura o o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

Lavrov, que não deu detalhes sobre este acordo, descreveu-o como “um passo importante para aprofundar a coordenação dos esforços da comunidade internacional com o objetivo de superar as sanções ilegais com as quais os Estados Unidos e os seus aliados substituem a diplomacia”.

A Rússia tornou-se o país mais sancionado do mundo após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, estando sujeito a um total de 14.022 medidas coercitivas, das quais 11.327 foram impostas após a entrada de tropas russas em território ucraniano.

O Irão também está sujeito a um grande número de sanções impostas por vários governos e organizações internacionais, que acusam Teerão de apoiar o terrorismo e de atacar navios norte-americanos no Golfo Pérsico, assim como condenam o programa iraniano de enriquecimento de urânio, que teria como objetivo a criação de armas nucleares.

Após o fracasso do acordo nuclear iraniano de 2015, que deveria dar a Teerão uma pausa nas sanções, a pressão ocidental aumentou.

As relações entre o Irão e a Rússia fortaleceram-se nos últimos dois anos, desde o início da guerra na Ucrânia, em questões económicas, uma vez que ambos os países enfrentam sanções económicas por parte dos Estados Unidos, mas também em questões políticas e militares.

*Com Lusa

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