Presidente da Geórgia diz que cidadãos têm de fazer “escolha existencial” entre a Rússia e a Europa

Numa entrevista recente, a Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, expressou preocupações em relação à trajetória política do país, alertando para os perigos de uma lei controversa no país e sublinhando a importância das próximas eleições como um ponto crucial para o futuro da Geórgia, em que os cidadãos terão de “escolher” entre a Rússia e a Europa, sustentou.

Zurabishvili criticou a iniciativa do partido governante, o Sonho Georgiano, de promover uma lei sobre “agentes estrangeiros”, afirmando que o problema vai além dessa legislação, que poderá ser vetada por ela. A Presidente destacou que a verdadeira questão reside no destino que a Geórgia escolherá nas eleições futuras, alertando para os rumos que o país poderá tomar.

“O problema é muito mais sério do que esta lei, que será aprovada em cerca de um mês e meio. Eu vou vetá-la, e ela será adiada. A questão principal é o que acontecerá nas eleições a realizar em outubro do próximo ano,” disse Zurabishvili.

A Presidente da Geórgia enfatizou a preocupação com uma possível inclinação do governo para se aproximar da Rússia em detrimento dos interesses europeus criticou o líder do Sonho Georgiano, Bidzina Ivanishvili, por ‘pintar’ os parceiros europeus da Geórgia como inimigos e agentes de desestabilização.

“Este discurso sugere que os cidadãos terão de votar pela Europa ou pela Rússia nas próximas eleições. Esta lei é um símbolo, mas na realidade existe uma escolha – uma decisão, uma escolha existencial que a Geórgia deve fazer nas eleições: Europa ou Rússia,” sublinhou Zurabishvili.

No contexto da aprovação da lei “Sobre a Transparência da Influência Estrangeira” pelo parlamento georgiano, a Presidente afirmou que, embora possa vetar o documento, o partido governante tem poder suficiente para anular esse veto. O episódio ressalta as tensões políticas internas no país e a importância das próximas eleições como um ponto de viragem na trajetória da Geórgia.

Além disso, a comunidade internacional também expressou preocupação com o projeto de lei e a resposta violenta das autoridades aos protestos em Tbilisi. Os Estados Unidos, em particular, condenaram tanto a legislação quanto a repressão aos manifestantes.

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