Presidente da Comunidade de Valência anuncia hoje “profunda” restruturação do governo para acalmar contestação nas ruas
Carlos Mazón, presidente da Comunidade Valenciana, tem sofrido pressões para a sua demissão: no passado sábado, milhares de pessoas saíram à rua para protestar e esta quinta-feira vai dar explicações políticas sobre a gestão da tragédia que custou a vida de mais de 210 em Valência naquela que foi considerada a maior catástrofe natural em Espanha deste século.
De acordo com o jornal ‘El País’, Mazón vai anunciar hoje nas Cortes Valencianas uma “profunda reestruturação do seu Governo” para adaptá-lo à reconstrução das zonas devastadas pela inundação do passado dia 29. O responsável do Consell pretende criar uma vice-presidência para a reconstrução, uma macropasta para coordenar as infraestruturas, a economia, o ambiente e as emergências, segundo revelaram fontes próximas.
No início da semana, Mazón admitiu que foram cometidos erros na gestão da DANA “sem dúvida” e que, por isso, iria tomar decisões políticas nesta quinta-feira. “Acho que temos de assumir que podem ter sido cometidos erros, sem dúvida, temos de o fazer com toda a humildade”, explicou. Por isso, o presidente garantiu que já está a trabalhar para “adaptar toda a estrutura do Governo valenciano às obras de reconstrução”.
Mazón quer tomar a iniciativa política e sair da profunda crise de credibilidade que o seu Governo enfrenta devido a uma gestão errática, repleta de versões contraditórias, obscurantismo e meias verdades: de acordo com o ‘El País’, o presidente da comunidade valenciana escondeu a sua agenda do dia do desastre e foi apenas revelado que almoçou até às 18 horas (com um jornalista, segundo a versão da Generalitat).
As principais vítimas? Salomé Pradas, ministra da Justiça e Interior, e Nuria Montes, do Turismo, que devem deixar esta quinta-feira a liderança dos respetivos ministérios.