Presidente da ANA: receio da subida da água no aeroporto do Montijo é «absurdo»

José Luís Arnaut, presidente do Conselho de Administração da ANA – Aeroportos de Portugal, considera que algumas preocupações ambientais relativamente à construção do aeroporto no Montijo são legítimas. Outras, são «absurdas», como é o caso das preocupações referentes à subida do nível médio da água.

Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o responsável sublinha que «as preocupações que há com o ruído, com as aves, com a preservação da natureza, são legítimas. Depois são absurdas aquelas como a da água».

Esta não é, porém, a opinião dos investigadores que criticam o Estudo de Impacto Ambiental do Aeroporto do Montijo e Respectivas Acessibilidades. Perigos associados a actividade sísmica, aumento dos gases com efeito de estuda, inundação por tsunami e subida da água são alguns dos problemas que os cientistas dizem ter sido omitidos no documento.

No caso da subida do nível médio do mar, o receio é de que a pista do aeroporto fique inundada na parte Sul durante várias horas por ano, entre 2050 e 2070, tal como sublinha o jornal Público. José Luís Arnaut, no entanto, afirma que «quando a água chegar ao aeroporto do Montijo em 2050, já chegou ao primeiro andar do Terreiro do Paço. Temos de ser razoáveis».

A ANA mostra-se, ainda assim, disponível para investir nas medidas de mitigação necessárias para assegurar a construção do aeroporto no Montijo. Mas, também aqui, acredita que existem medidas que apelida de «absurdas», nomeadamente o financiamento dos barcos da Transtejo por parte das companhias aéreas.

Ao todo, são 159 as medidas em cima da mesa e todas elas serão analisadas com cuidado, uma vez que os passageiros e as companhias aéreas também serão responsáveis pela sua concretização.

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