Presidência de Biden pode ‘acalmar os nervos dos mercados’, diz CEO do gigante asiático DBS
O governo Biden deverá manter uma postura dura em relação à China mas a retórica dos EUA pode suavizar-se, o que ajudará a aliviar o nervosismo do mercado. A afirmação é de Piyush Gupta, presidente-executivo de um dos maiores bancos da Ásia, esta quinta-feira, ao analisar o impacto das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Em tempos de contagem frenética, o candidato democrata Joe Biden ainda mantém em aberto a possibilidade de vencer. E se Biden vencer, uma das grandes questões para os investidores será se a sua agenda, quanto à China, será substancialmente diferente da de Trump, sublinha Piyush Gupta, CEO do DBS Group Holdings, o maior banco do Sudeste Asiático em ativos.
“Na minha opinião, é improvável que mude muito. Acho que as questões relativas à China têm apoio bipartidário nos EUA, continuaremos a ver uma série de políticas que se concentram nas mesmas coisas: tentar fazer com que a China abra os seus mercados e um campo de jogo mais equitativo”, detalhou ao “Capital Connection” da CNBC.“No entanto, acho que o que vai mudar é a retórica”, disse Gupta, acrescentando que os tweets e ações de Trump “mantêm as pessoas nervosas”, o que faz com que os mercados fiquem impacientes.
Mas uma administração Biden traria de volta alguma normalidade na forma como as mensagens são comunicadas e as ações são tomadas, disse o CEO. Ao mesmo tempo, Biden também tem mais hipóteses de trabalhar com parceiros comerciais, como os da Europa, acrescentou.
Mesmo com os EUA a lutar para conter a disseminação da Covid-19, várias economias do Leste Asiático conseguiram controlar os seus surtos e isso permitiu que alguma atividade económica fosse retomada, ressalvou Gupta.
O que ajudou o DBS a superar as expectativas de lucros no terceiro trimestre. O lucro líquido do banco no trimestre caiu 20% com relação ao ano anterior, para 957,3 milhões de dólares, acima da média de 861,5 milhões estimada pela Refinitiv.