Preço do petróleo já subiu 60% em 2021 (e promete continuar)
O barril do petróleo está a rodar em direção ao pico. Tanto no mercado londrino como no mercado nova-iorquino, o “ouro negro” está a atingir novos recordes face a 2014 e 2018, respetivamente, depois de um ano 2020 estável, onde o preço por médio por barril rondou a casa dos 60 dólares.
Nos EUA, o West Texas Intermediate (WTI) passou no início de outubro a marca dos 80 dólares, algo que não acontecia desde 2014. Desde janeiro, quando estava cotado nos 48 dólares o barril, esta referência já disparou 66%, para os 80 dólares na última sexta-feira.
Esta quarta-feira, o WTI corrigiu 0,50% para os 79,34 dólares.
Já o preço do petróleo Brent, referência para a Europa, aumentou 57% desde janeiro.
O Brent, outro tipo de petróleo negociado em Londres, sobe 57% em 2021, tendo aberto esta terça-feira em baixa no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, a cotar-se a 82,06 dólares, contra 82,43 dólares na terça-feira e 85,65 dólares em 26 de outubro, um máximo desde outubro de 2018 (quando subiu até 86,43 dólares).
Petróleo pode chegar aos 90 dólares até ao fim do trimestre?
São várias as personalidades e organizações que defendem que o preço do petróleo pode regressar aos 100 dólares por barril, nos próximos tempos.
Para o ministro da Energia do Iraque, Ihsan Abdul Jabbar, os preços do ouro negro podem voltar a praticar o feito de 2014, “no primeiro semestre do próximo ano”, afirmou o governante do segundo maior produtor da OPEP, durante um evento em Bagdad que ocorreu esta quarta-feira.
No início de outubro coube a Vladimir Putin afirmar que “é bem provável que o petróleo volte a bater nos 100 dólares por barril”. Um opinião partilhada pela gigante Mercuria Energy Group que antecipa este acontecimento já para este inverno.
Já o Bank of America defende que o diesel pode arrastar o mercado petrolífero para os três dígitos, à medida que a procura desenfreada, tendo em conta o advento do inverno, continua.
Julho, agosto e setembro: meses maus para a produção de petróleo
Em setembro, a OPEP+ reduziu 15% a mais da produção, do que era previsto. Em julho e agosto a organização registou também cortes de 9% e 16%, respetivamente, de acordo com duas fontes próximas do assunto, contactadas pela Bloomberg.
Segundo a análise do painel de inteligência da agência norte-americana, estas percentagens refletem “a incapacidade de alguns membros, nomeadamente Angola, Nigéria e Azerbaijão de aumentar a produção para os volumes acordados, devido à falta de investimento, exploração e outras questões”.
Em teoria, a OPEP+ poderia ter vendido ao mundo, em setembro, mais 747.000 barris por dia, permanecendo dentro do limite de produção acordado.
A OPEP, assim como os seus aliados, incluindo a Rússia, têm sido pressionados pelos principais consumidores para acelerarem o ritmo da oferta.
Estes apelos subido o tom à medida que a crise energética assola a Europa, elevando os preços do gás e da eletricidade para novos recordes.