Preço do cabaz de compras fica mais caro: douradinhos de peixe e carapau sobem mais de 10% numa semana. Saiba os produtos que mais aumentaram

Um cabaz de bens alimentares essenciais custa atualmente 210,85 euros, mais 27,22 euros (mais 14,83%) do que custava a 23 de fevereiro, véspera do início do conflito armado na Ucrânia. Nos últimos oito meses, os três produtos que mais viram o seu preço aumentar foram o açúcar branco, a laranja e a pescada frensca, com subidas acima dos 40 pontos percentuais. Ainda assim, no espaço de uma semana, o preço do cabaz subiu três cêntimos: recorde-se que há sete dias situava-se nos 210,82 euros.

Segundo o organismo, “a carne já registou um aumento de 21,17%. Nos laticínios, a segunda categoria com maiores subidas de preços, o aumento foi de 19,08 por cento. As frutas e os legumes, por sua vez, viram os seus preços aumentar 15,27%; o peixe registou uma subida de 14,75%; na mercearia, o aumento chegou aos 11,84 por cento; e nos congelados foi de 5,12%” face a fevereiro.

Entre os dias 26 de outubro e 2 de novembro, os dez produtos com maiores subidas de preço foram os douradinhos de peixe (mais 15%), o carapau (mais 14%), o peixe-espada-preto (mais 8%), os medalhões de pescada (mais 6%), as ervilhas ultracongeladas (mais 6%), o peito de peru fatiado (mais 4%), o queijo flamengo (mais 4%), a carcaça tradicional (mais 4%), o atum posta em óleo vegetal (mais 3%) e o atum posta em azeite (mais 3 por cento).

Já entre 23 de fevereiro e 2 de novembro foram o açúcar branco (mais 48%), a laranja (mais 47%), a pescada fresca (mais 46%), a polpa de tomate (mais 37%), a couve-coração (mais 36%), o carapau (mais 34%), o bife de peru (mais 33%), o leite UHT meio gordo (mais 32%), o frango inteiro (mais 30%) e a batata vermelha (mais 28 por cento).

A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).

“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a Deco.

O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.

“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.

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