Portugueses não querem Governo em aliança com Chega ou PS, revela sondagem

Os portugueses não querem alianças no Governo minoritário, aponta esta quinta-feira uma sondagem da Intercampus para o ‘Jornal de Negócios’: 51,2% dos inquiridos disseram ‘não’ à possibilidade de o “Governo da AD se aliar ao Chega ou ao PS para ter estabilidade”.

Se Luís Montenegro se aliasse ao Partido Socialista de Pedro Nuno Santos – uma hipótese afastada por ambos -, o Governo contaria com o apoio parlamentar de 158 deputados, ultrapassando os dois terços. Já se houvesse uma aproximação ao Chega de André Ventura – algo que o primeiro-ministro rejeita categoricamente – o Executivo teria o apoio de 130 dos 230 deputados.

Apesar de afastar a possibilidade de alianças, cerca de um terço dos inquiridos entende que o Governo deve procurar alianças parlamentares, com clara inclinação para o Chega: 64% dos portugueses preferem que seja com o partido de André Ventura, já perto de 33% elegem os socialistas como parceiros.

A sondagem da Intercampus questiona ainda o efeito das ‘coligações negativas’ (quando as propostas são aprovadas pelos partidos da oposição à revelia das iniciativas do Governo): para quase 40% dos inquiridos, é o Chega o maior beneficiário desta ação parlamentar.

Há já dois casos desde a formação do Governo: a abolição de portagens nas antigas SCUT e no aumento da dedução das rendas no IRS e no alívio deste imposto já em 2024. No primeiro caso, o projeto de lei do PS teve o apoio do Chega, garantindo luz verde no Parlamento. Na dedução das rendas, a proposta socialista para aumentar o máximo para 800 euros – contra os atuais 600 euros – foi aprovada na generalidade, com os votos contra da AD e os favoráveis das restantes bancadas.

Para 21,8% dos inquiridos do barómetro os socialistas e o Chega acabam por partilhar os benefícios de votações conjuntas para aprovar propostas à revelia do Governo e apenas 16,4% dão todos os ganhos para o PS.

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