Português suspeito de orquestrar massacres em escolas no Brasil acusado pelo MP de 11 crimes

O Ministério Público (MP) revelou esta segunda-feira que o jovem português de 17 anos, detido em Portugal por suspeitas de ordenar diversos massacres em escolas no Brasil, está acusado de 11 crimes. O suspeito, que permanece em prisão preventiva, enfrenta acusações de homicídio qualificado consumado, com recurso a arma, e tentado, além de outros crimes relacionados.

Segundo indica comunicado do MP, o jovem, que ficou em prisão preventiva, está acusado “em coautoria e em concurso efetivo a título de autoria, na modalidade de instigação”, de um crime de homicídio qualificado, na forma consumada, com recurso a arma e ainda de cinco crimes de homicídio qualificado, com recurso a arma, na forma tentada.

Como autor material, está também acusado de um crime de instigação pública a um crime, um crime de apologia pública de um crime, um crime de associação criminosa, e dois crimes de pornografia de menores agravado.

O MP recorda que a investigação começou com auto de denúncia elaborado pela Polícia Judiciária (PJ) a 25 de dezembro do ano passado, estando ainda a decorrer, sob segredo de justiça.

O jovem português foi detido na passada quinta-feira, sob suspeita de orquestrar diversos massacres em escolas no Brasil. É acusado de incitar à prática desses atos violentos através das redes sociais, a partir da residência onde vive com os pais.

Um dos incidentes relacionados ocorreu em outubro do ano passado, quando o suspeito teria ordenado a invasão de uma escola em Sapopemba, São Paulo, resultando no assassinato de uma jovem de 17 anos e em três feridos.

Tanto o suspeito quanto os seus seguidores partilhavam um fascínio pelo fenómeno do “mass shooting” (tiroteios indiscriminados em ambientes escolares). Segundo a PJ, o jovem criou e geria um grupo na plataforma Discord, onde reunia pessoas com ideais semelhantes, incentivando-os a cometer atos de violência extrema.

Entre os comportamentos extremistas promovidos pelo suspeito estavam a automutilação grave de jovens, a mutilação e morte de animais, a disseminação de propaganda extremista nazista, além da instigação e prática de massacres em escolas, filmados e transmitidos através de telemóveis, e a partilha e venda de pornografia infantil.

Segundo revelou Luís Neves, diretor nacional da PJ, o jovem detido tinha já outros crimes planeados, como o assassinato de um mendigo no Brasil.

(EM atualização)

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