Portugal vai estudar e desenvolver novos materiais para a Airbus
Portugal vai começar a estudar e a desenvolver novos materiais compósitos para a Airbus, com o objetivo de gerar benefícios no consumo e nas emissões de CO2 para o setor aeronáutico.
O projeto Gavião, desenvolvido pelo grupo português ISQ, em parceria com a OPTIMAL Structural Solutions, INEGI e Stratosphere, terá uma duração prevista de dois anos e meio, e pretende focar-se na seção cilíndrica da fuselagem de uma aeronave de transporte regional.
O desafio surge na sequência do sucesso de um outro trabalho desenvolvido durante quatro anos, no âmbito do projeto Passaro, que contribuiu para o desenvolvimento de aeroestruturas multifuncionais e inteligentes e para a automatização dos processos produtivos e tecnologias associadas à manutenção aeronáutica numa abordagem i4.0.
“Com a introdução destas novas estruturas, o transporte aéreo beneficiará em termos de redução de peso das aeronaves e, consequentemente, de poupanças em termos de consumo de combustível, avançando na direção do cumprimento das metas impostas pela UE relativas às emissões poluentes”, destaca Pedro Matias, presidente do Grupo ISQ, num comunicado enviado à Executive Digest, sublinhando que este projeto Gavião é apenas a primeira fase desse ambicioso programa.
“Estima-se que uma secção de fuselagem, composta na sua grande maioria por materiais compósitos, seja 20% mais leve que na situação de mercado atual e possa representar uma redução de 30% dos gastos energéticos de fabrico”, pode ler-se no documento.
O ISQ irá realizar a análise de sustentabilidade ambiental dos materiais compósitos e dos seus processos de fabrico, o que poderá resultar na introdução no mercado de novos materiais e processos de produção mais eficientes, tornando este tipo de material mais competitivo, com vantagens claras para os fabricantes de material aeronáutico.
“Através da utilização de novos materiais e de novas técnicas de fabrico de compósitos, pretende-se obter uma melhoria de todo o processo na ordem dos 10%”, avança o grupo.
Para o efeito, o ISQ prevê realizar ensaios, quer ao nível dos materiais, quer ao nível das estruturas da fuselagem à escala real, envolvendo caracterização mecânica e compatibilidade eletromagnética, impactos de elevada velocidade, ensaios não destrutivos, testes virtuais (simulação) e realização de ensaios estruturais e termodinâmicos.