Portugal pode enfrentar cortes de 4 mil milhões de euros ou subidas de impostos para cumprir regras europeias

Portugal poderá ter de aplicar cortes de despesa ou aumentar impostos em 4 mil milhões de euros nos próximos quatro anos para cumprir as regras de estabilidade da União Europeia, revelou o Conselho das Finanças Públicas (CFP). Esta necessidade resulta de três grandes pressões orçamentais — o TGV, os gastos militares e a Saúde — que implicarão despesas adicionais até 2028, correspondendo a cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A análise do CFP aponta que o governo terá de implementar “medidas compensatórias” para cobrir este aumento da despesa, recorrendo a cortes noutras áreas ou a medidas de aumento de receita, como a subida de impostos, revela o ‘DN’. Segundo o Conselho, estas despesas são praticamente inevitáveis, dadas as obrigações de Portugal com a NATO e as necessidades de reforço no setor da Saúde, nomeadamente com inovações tecnológicas e tratamentos avançados.

Entre os principais encargos, o CFP destaca a linha de alta velocidade Porto-Lisboa (TGV), que deve representar um impacto de 978 milhões de euros entre 2027 e 2028, e o compromisso de Portugal em alocar 2% do PIB à Defesa, implicando um aumento de 1.650 milhões de euros. A despesa com Saúde poderá também crescer cerca de 1.320 milhões de euros até ao final da legislatura, devido ao envelhecimento da população e ao alargamento dos cuidados médicos.

Embora o CFP projete um saldo excedentário, alerta que este “não é imune a uma evolução desfavorável do ciclo económico”.






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