Portugal. Os 10% mais pobres ainda ganham oito vezes menos que os 10% mais ricos

Apesar de se ter reduzido a diferença que separa os rendimentos dos portugueses mais ricos e mais pobres, Portugal continua a ser um país muito desigual. “Os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2020 sobre rendimentos do ano anterior, indicam uma distribuição fortemente assimétrica, apesar dos principais indicadores de desigualdade se terem reduzido novamente em 2019”, avança o INE.

O coeficiente de Gini – que tem em conta toda a distribuição dos rendimentos entre todos os grupos populacionais, e não apenas os de menores e maiores recursos – desceu ligeiramente em 0,7 pontos percentuais (p.p.) para 31,2% em 2019. O seu valor é 0 quando todos os indivíduos têm igual rendimento ou 100 quando todo o rendimento se concentra num único indivíduo.

A distância entre o rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com maiores recursos e dos 20% com mais baixos recursos foi de 5 – ou seja, os 20% dos portugueses mais ricos têm cinco vezes mais do que os 20% mais pobres – o que compara com 5,2 em 2018.

A Região Autónoma dos Açores foi aquela em que a diferença entre os rendimentos dos 20% mais ricos versus os 20% mais pobres foi superior: 3,3, acima da média nacional. Já o Algarve foi a região em que a distribuição dos rendimentos conseguiu ser menos desigual (1,8).

Olhando mais de perto, agora para o fosso de rendimento entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, este também desceu, e de forma mais acentuada, passando de 8,6 em 2018 para 8,1 em 2019. Ou seja, os 10% mais ricos em Portugal têm rendimentos 8 vezes superiores aos dos 10% mais pobres.

Cruzando todos estes dados, o INE conclui que, apesar de os indicadores que medem as desigualdades económicas dos portugueses terem diminuído no ano passado, continua a “confirma-se uma forte desigualdade na distribuição dos rendimentos” em Portugal.

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