Portugal está no top 20 dos países mais afetados pela mortalidade devido a ondas de calor nas últimas 3 décadas
Portugal está no top 20 dos países mais afetados pelo excesso de mortalidade devido às cada vez mais frequentes ondas de calor, de acordo com um estudo publicado na revista ‘PLOs Medicine’, que traçou o primeiro mapa da mortalidade relacionada com o calor em excesso dos últimos 30 anos.
“Registaram-se 606 mortes por ano” no período em questão, sustenta Yuming Guo, professor de Saúde Ambiental Global e Bioestatísticas na Universidade de Monash, em Melbourne (Austrália), citado pelo jornal ‘Público’ – na década 1990-1999, houve 593 mortes por ano, já entre 2010-2019 650 óbitos por ano, “um aumento de 4,7%”, anota o especialista, uma média acima da registada na Europa (4,08%).
No entanto, Portugal não está entre os países europeus mais afetados: Grécia, Malta e Itália foram os países com maior proporção de mortes relacionadas com ondas de calor nas três décadas em análise.
Entre 1990 e 2019, houve um excesso de 153 mil mortes em cada estação quente: quase metade dos óbitos aconteceu na Ásia, embora a Europa seja o continente onde a taxa de mortalidade e a proporção de mortes devido às ondas de calor é mais significativa – assim, de acordo com os investigadores, 48,95% das 153.078 mortes em excesso detetadas durante o verão registaram-se na Ásia, com a Europa a averbar 31,56%.
Na Ásia, houve 192 mortes por cada dez milhões de habitantes, ao passo que na Europa a média foi de 655 mortes, com especial incidência no Sul e no Leste do continente. A proporção de mortes relacionáveis com as ondas de calor na Europa foi de 1,94% no período 1990-1999, e 2,1% entre 2010-2019, de acordo com a equipa de especialistas.