Portugal entre os que mais apostam em ‘open banking’. Investimentos ultrapassam 100 milhões de euros

As instituições financeiras estão a aumentar os seus investimentos em ‘open banking’ à medida que a mentalidade do setor passa de preocupação com ‘compliance’ para a captura das oportunidades de criação de valor, segundo apurou um novo estudo divulgado, esta quarta-feira, pela Tink, plataforma de ‘open banking’.

De acordo com os dados analisados, os orçamentos médios de investimento em ‘open banking’ das instituições financeiras europeias estão tipicamente entre os 50 a 100 milhões de euros, sendo que os investimentos superiores a 100 milhões de euros pertencem a quase metade (45%) das instituições financeiras entrevistadas no estudo.

No caso de Portugal, 70% dos inquiridos revelaram investimentos superiores a 100 milhões de euros e 20% entre 1 e 50 milhões de euros.

Dois terços das instituições financeiras (63%) afirmam que os orçamentos em ‘open banking’ cresceram desde o ano passado, com um aumento anual de investimento entre os 20% e 29%. Apenas 10% das instituições abrandaram os seus investimentos nesta área.

Em Portugal, 70% dos entrevistados revelaram que estes investimento cresceram 70% face a 2019.

Benefícios vs barreiras
Segundo o estudo, a oportunidade de melhorar a experiência do cliente foi o maior catalisador destes investimentos em open banking – 44% das instituições financeiras inquiridas.

Em Portugal, este valor sobe para os 55% que apontam a experiência do cliente como o principal driver de mudança.

Depois, surgem outros fatores, tais como, a modernização de TI (39%) e a otimização de processos (34%). No entanto, há barreiras que persistem – Um em cada três entrevistados (33%) aponta para os sistemas de TI antiquados como sendo o principal inibidor de investimento. Por outro lado, 32% mencionaram outras prioridades de negócios mais importantes como a fonte de bloqueio do investimentos e 31% acreditam que as restrições regulatórias sufocam o investimento.

Em Portugal, a falta de sentido de urgência foi apontado como o principal entrave aos investimentos (65%).

O estudo deixa ainda nota do otimismo das instituições em relação ao retorno (ROI) do ‘open banking’. 50% projetam retorno num período de menos de quatro anos e mais de dois terços (69%) esperam que os benefícios superem os custos em menos de cinco anos. Apenas 1% considerou que não houve qualquer retorno (em Portugal, 60% das instituições financeiras esperam retornos num período até 4 anos).

O crescimento das receitas de novos clientes emergiu como a métrica de sucesso mais importante para os investimentos em open banking – 44% dos entrevistados (em Portugal, este valor sobe para os 55%). Seguindo-se o crescimento das receitas com novos produtos e serviços (39%) e a monetização da informação ao oferecer serviços de programação ou APIs (37%).

Sobre os resultados obtidos, Beatriz Gimenez, Country Manager da Tink para Portugal e Espanha sublinha que a dimensão destes investimentos “prova que o open banking mudou completamente do desafio de compliance para se tornar numa oportunidade comercial na mente das instituições financeiras. Não só se tornou numa parte integrante da transformação digital das instituições financeiras e que foi incorporada em todas as partes da organização – como também surgiu como
um fator-chave do crescimento das receitas”.

“Hoje, à medida que lidamos com as novas realidades sociais e económicas decorrentes da Covid-19, é vital que as instituições financeiras continuem a dar prioridade ao desenvolvimento de utilizações inovadoras do open banking que ofereçam suporte aos seus clientes através de novas formas e disponibilizem serviços financeiros sem atritos
através dos canais digitais ”, conclui.

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