Portugal entre os países onde a carga fiscal mais subiu desde a crise
Entre 2007 e 2017, a carga fiscal de Portugal passou de 31,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para 34,7%. Trata-se de um aumento de 2,9%, um dos maiores da OCDE, segundo aponta o mais recente relatório desta organização.
Citado pelo Jornal de Negócios, o relatório indica ainda que o peso dos impostos na economia foi aumentando ao longo da década na generalidade dos países que fazem parte da OCDE, mas que Portugal se destaca. Portugal faz mesmo parte do top 10 das maiores subidas, ao lado do Japão, Holanda, França, Eslováquia e Argentina – todos eles com aumentos da carga fiscal na casa dos três pontos percentuais. O maior salto verificou-se na Grécia, onde a carga fiscal passou de 31,2 para 39,4% do PIB.
A mesma publicação sublinha que os valores verificados continuam acima dos níveis pré-crise. Ainda assim, a OCDE esclarece que este não é um problema exclusivo de Portugal e que 23 dos 29 países analisados apresentam a mesma tendência.
«Numa altura em que os países enfrentam desafios significativos, tais como enfraquecimento do crescimento económico, populações envelhecidas, desigualdade salarial e de riqueza, mudanças no trabalho e alterações climáticas, o apetite por reformas de impostos estruturais e que promovam o crescimento parece abrandar. Perante desafios como estes, é claro que acções mais arrojadas são necessárias», afirma Pascal Saint-Armans, director do Centre for Tax Policy and Administration da OCDE.
Por outro lado, um total de 16 geografias registam quebras na carga fiscal entre 2007 e 2017. Irlanda é responsável pela maior descida, de 30,4 para 22,8%.