Portugal é o 6º país no mundo com maior percentagem de mulheres empresárias

Na quinta edição do índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras, Portugal subiu uma posição no ranking dos países no mundo com maior percentagem de mulheres empresárias, passando à frente de países como Espanha, Itália ou Irlanda, ocupando o 6º lugar.

No entanto, ainda há aspetos a melhorar em comparação com a média global, apesar dos bons resultados nos indicadores de modelo de governação e participação das mulheres em trabalhos especializados ou técnicos.

Os indicadores de acesso a produtos financeiros, competitividade e ambiente empresarial colocam Portugal no 22º lugar no ranking global que analisa como o empreendedorismo feminino tem vindo a progredir em 65 países, ficando atrás da Polónia, Espanha, Bélgica, Irlanda, França, mas à frente da República Checa e de Itália.

O índice também analisou a percentagem de mulheres gestoras em Portugal, 37,4%, ficando à frente da Irlanda, com uma percentagem de 35,7%, França, 34,6% e Alemanha, 29,7%. Na análise à percentagem de mulheres em trabalhos especializados e técnicos, os valores foram superiores a países como a Dinamarca, Alemanha, Irlanda e Espanha, colocando Portugal no 15º lugar ao nível da participação feminina na força global de trabalho.

Em termos de acesso ao financiamento, Portugal está longe da média no acesso a apoio financeiro, um dos principais obstáculos enfrentados pelas mulheres empreendedoras a nível global, com uma lacuna que equivale a mais de 1,54 mil milhões de euros.

Neste ranking, Portugal ocupa o 31º lugar, abaixo da média global, no acesso das mulheres empresárias a produtos financeiros, atrás de países como o Reino Unido, a Alemanha, França ou Dinamarca. No apoio às Pequenas e Médias Empresas, Portugal desce uma posição e ocupa o 32º lugar, atrás de países como Espanha e Irlanda.

Portugal apresenta uma boa posição das condições empresariais, com boa qualidade da gestão empresarial, mas ainda está abaixo da média no que toca à competitividade, perceções culturais do empreendedorismo e quadro geral empresaria.

“Existe um conjunto de indicadores que nos dão confiança de que a evolução nos próximos anos seja positiva ao nível da igualdade de género nas empresas e no trabalho”, salienta Maria Antónia Saldanha, Country Manager da Mastercard.

Apesar de ter passado para segundo plano, a pandemia ainda teve consequências negativas para este paradigma em termos globais, ameaçando inverter décadas de progresso e poder vir a acrescentar a necessidade de mais 36 anos para colmatar as desigualdades globais de género.

Sobre este período temporal, o estudo da Mastercard concluiu que cerca de duas em cada três empresas lideradas por mulheres foram muito afetadas pela pandemia, sendo que mais de metade dos cidadãos que perderam os postos de trabalho em consequência disso, 54%, foram mulheres. O estudo acrescenta ainda que 90% das mulheres que perderam o emprego em consequência da pandemia continuam fora do mercado de trabalho.

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