Portugal com 15 dias seguidos de excesso de mortalidade. Desde o Natal são mais 1600 óbitos do que o habitual
Portugal regista um excesso de mortalidade nas duas últimas semanas consecutivas, com um total de 1600 óbitos acima do normal. Estes números só encontram equivalente no período da pandemia da Covid-19.
De acordo com os dados do Sistema de Informação de Certificados de Óbito, citados pela Renascença, entre a última semana de 2023 e a primeira de 2024 foram registadas mais de 7 mil mortes, com mais de 500 óbitos entre os dias 1 e 3 de janeiro.
O excesso de mortalidade verifica-se desde dia 24 de janeiro, mas o pico ocorreu a 2 de janeiro, com 546 óbitos registados nesse dia. São assim já 15 dias consecutivos de mortes acima do esperado.
No resto do ano 2023, só houve outros 9 dias com um número de mortes acima da média. Contas feitas, ao longo de todo o ano passado foram 1396 mortes acima do esperado, sendo que mais de 800 foram registadas nos últimos dias do ano.
Para encontrar números semelhantes, temos que recuar até 2021, quando Portugal estava a recuperar de uma ‘onda’ de Covid-19.
Na passada terça-feira contabilizaram-se 546 óbitos, o maior número registado desde fevereiro de 2021. Aliás, a semana passada foi a que teve mais mortes desde a semana de 1 a 7 de fevereiro de 2021.
Sem contar com os mortos por Covid-19, é a semana mais mortal desde janeiro de 2021, também quando Portugal estava a passar um pico da pandemia, e a doença matava mais de 150 pessoas por dia.
Antes da pandemia, há registos de excesso de mortalidade semelhantes em 2017. Na primeira semana desse ano registaram-se 3408 mortes, menos do que este ano, mas um dia mais mortal: a 2 de janeiro de 2017 contavam-se 578 óbitos.
Segundo os dados desde o início do ano, mais de 3 mil mortes registadas na última semana foram consideradas “morte natural”, há 300 em investigação e 15 apontadas como sendo de causa externa. A maioria dos 3.414 óbitos ocorreu em maiores de 70 anos (85%, 2879 mortes).