População ativa está a diminuir e a envelhecer. O impacto das alterações demográficas na Europa

Há cada vez menos europeus e os que existem estão a envelhecer. Esta é uma das muitas conclusões do relatório da Comissão Europeia sobre o impacto das alterações demográficas no velho continente, perspetivando também os anos futuros.

O documento «apresenta os principais motores das alterações demográficas e o seu impacto na Europa. Lança um processo que ajudará a identificar ações e soluções concretas, tendo em conta os ensinamentos retirados da COVID-19, para apoiar as pessoas, regiões e comunidades mais afetadas, permitindo que se adaptem à evolução das realidades», explica o organismo.

Principais tendências demográficas 

A esperança de vida à nascença aumentou, nos homens para 78,2 anos e, nas mulheres, para 83,7 anos. Prevê-se a continuação deste crescimento, com os homens nascidos em 2070 a viver cerca de 86 anos e as mulheres 90 anos, aponta o relatório.

No conjunto da União Europeia (UE), a composição dos agregados familiares está a alterar-se: aos agregados compostos por dois progenitores com filhos vêm juntar-se agregados compostos por pessoas que vivem sozinhas, famílias monoparentais ou casais sem filhos.

Alguns europeus optam por se deslocar com frequência ou viver no estrangeiro, mas a dimensão destes fluxos é volátil e pode mudar rapidamente, alerta a Comissão, prevendo ainda que, em 2070, 30,3% da população tenham 65 ou mais anos (em comparação com 20,3% em 2019) e que 13,2% tenha 80 ou mais anos (em comparação com 5,8% em 2019)

«A percentagem da população europeia em relação ao resto do mundo está a diminuir e, em 2070, representará um pouco menos de 4% da população mundial», alerta o organismo.

Impacto destas alterações 

A população em idade ativa na Europa está a diminuir, pelo que é necessário, «encontrar formas de apoiar o crescimento económico, trazendo mais pessoas para o mercado de trabalho e aumentando a produtividade».

Para lidar com o envelhecimento da sociedade europeia, «os nossos sistemas de saúde e de prestação de cuidados terão de ser mais adaptáveis e teremos de refletir sobre a forma de financiar o aumento das despesas públicas relacionadas com o envelhecimento da população», recomenda a UE.

Os desafios demográficos variam frequentemente de forma significativa entre diferentes partes do mesmo país. Atendendo a que algumas regiões são passíveis de rápidas alterações demográficas, surgirão novas oportunidades e novos desafios, tanto em termos de investimento como de infraestruturas e de acessibilidade aos serviços.

As alterações demográficas podem também afetar a posição da Europa no mundo. «A percentagem da população e do PIB europeus em relação ao resto do mundo será comparativamente menor, o que torna ainda mais importante termos uma Europa unida, mais forte e mais estratégica», sublinha.

«As alterações demográficas e a dupla transição ecológica e digital muitas vezes afetam-se, apoiam-se ou aceleram-se mutuamente – por conseguinte, é essencial ter uma visão estratégica para prever e preparar políticas com vista a dar resposta a estes desafios», defende.

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