“Ponte” da Ucrânia para a NATO pode ser perigosa, alertam especialistas

A possibilidade da futura adesão da Ucrânia à NATO está a ser calorosamente debatida antes da próxima cimeira da aliança em Washington: seis dezenas de especialistas em política externa pediram, esta quarta-feira, aos membros da NATO que evitassem avançar rumo à filiação ucraniana, alertando que isso colocaria em risco os EUA e aliados e romperia a coligação – se Kiev for admitida, argumenta o grupo, um ataque da Rússia acionaria o Artigo 5 da NATO, que convoca os aliados a defender o membro atacado.

De acordo com o jornal ‘POLITICO’, o argumento do Artigo 5 é comum entre aqueles que se opõem à adesão da Ucrânia. “Quanto mais perto chegar a NATO de prometer que a Ucrânia aderirá à aliança assim que a guerra terminar, maior será o incentivo para a Rússia continuar a lutar na guerra”, revela a carta dos 60 analistas. “Os desafios que a Rússia coloca podem ser geridos sem trazer a Ucrânia para a NATO.”

Trazer a Ucrânia poderia sair pela culatra, continua a carta, “transformando a Ucrânia no local de um confronto prolongado entre as duas principais potências nucleares do mundo” e contribuir para a narrativa do líder russo Vladimir Putin de que é Moscovo contra o Ocidente.

No entanto, há analistas que não estão de acordo com esta visão: na semana passada, investigadores da ‘RAND Corp.’ escreveram que os aliados beneficiariam se oferecessem à Ucrânia clareza sobre as condições para a sua futura adesão. O Conselho Atlântico também tem pressionado a adesão da Ucrânia à NATO, argumentando que isso provaria a Kiev que o apoio ocidental não vacilará.

A administração Biden absteve-se de apoiar a adesão imediata de Kiev, mas vários altos funcionários disseram recentemente que seria oferecida à Ucrânia uma “ponte” durante a cimeira, assim como um novo quartel-general para gerir a sua assistência militar – um gesto de boa-fé de que o Ocidente apoiará o país a longo prazo, mesmo que não lhe seja permitida a adesão neste momento.

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